Santo André projeta prédio popular com 20 andares

Paulo Piagentini, secretário de Habitação, diz que a cidade terá de optar por prédios de 20 andares / Foto: Rodrigo Lima

Inevitável nos centros urbanos, a verticalização já provoca mudanças na gestão de vários municípios do ABC. Em Santo André, a construção de núcleos habitacionais populares deve sofrer adaptações por conta do fenômeno. Essa é a projeção do secretário municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Paulo Piagentini.

De acordo com o titular, a construção habitacional vai ter de entrar num esquema de edifícios maiores. “Hoje, o padrão é de térreo, com três pavimentos para baixo e quatro para cima, sem elevador. Vamos ter de partir para 20 andares com elevador, e estabelecer um subsídio para que o morador consiga bancar a manutenção do condomínio”, explicou.

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Piagentini foi indicado pelo prefeito Carlos Grana (PT) para gerir a Secretaria, cujo orçamento estimado para 2013 chega à casa dos R$ 600 milhões com verbas conveniadas. O titular falou exclusivamente ao RD sobre as projeções para a área. Entre elas, a entrega, entre os meses de abril e maio, de 504 unidades habitacionais. “Temos mais 400 unidades pela frente. A meta é atingir um total de 1 mil unidades até o final de 2013”, afirmou.

O titular também fez um balanço da situação encontrada na Secretaria no início deste ano. Segundo ele, os primeiros três meses foram difíceis em termos de administração. “Nós encontramos uma secretaria com vários problemas gerenciais, obras com cronogramas atrasados, paralisadas, pagamentos atrasados e orçamentos a serem revistos. Temos trabalhado bastante para por a casa em ordem”, comentou.

Um dos problemas enfrentados pelo secretário foi a renegociação de uma dívida de R$ 6 milhões deixada pela administração do ex-prefeito Aidan Ravin (PTB), referente ao pagamento de empreiteiras e prestadoras de serviços técnico que tiveram os repasses suspensos em agosto do ano passado.

A dívida resultou, inclusive, no rompimento de um contrato com a empresa Engelux, responsável pela construção de núcleos habitacionais no Jardim Irene. Segundo Piagentini, as obras na região foram suspensas e não há previsão de quando serão retomadas. “É um problema que não estava em nosso planejamento. Será necessária a abertura de um processo de licitação para contratar outra empresa e isso deve levar tempo”, justificou.

O secretário ainda apontou como desafio a entrega de 5 mil unidades habitacionais até 2016 –2 mil a mais do que foi prometido em campanha pelo prefeito Carlos Grana. “Tivemos uma reunião em função das verbas que podemos receber do Governo Federal e concluímos que temos possibilidade de executar o projeto. Vamos sair à caça de áreas para construir, pois não temos terreno para tudo isso”, disse.

Piagentini não é filiado a nenhum partido político e afirmou que ficou surpreso com convite de Grana para ocupar a secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação. “Eu já conhecia o PT em função de ter participado de algumas comissões da Prefeitura. Não é o meu primeiro contato. Me sinto em casa”, contou.

Chácara Baronesa

Paulo Piagentini também comentou a situação na Chácara Baronesa. Em fevereiro, o Governo do Estado anunciou que vai investir R$ 4 milhões para recuperar a área verde localizada na divisa de Santo André com São Bernardo, que foi invadida por usuários de drogas. No que tange o planejamento habitacional, não há avanços por parte do Paço andreense, disse o secretário.

“O que pretendemos fazer é uma parceria com o Estado para evitar que a ocupação aumente”, pontuou. “A título de colaboração, também estamos fazendo algumas ações de limpeza, remoção de entulhos, para melhorar um pouco a vida das famílias. Mas, para fazer algo maior, é preciso uma parceria com Governo, porque a área não é nossa”, explicou.

Jardim Santo André

O secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação ainda informou que mais uma reintegração de posse está prevista para acontecer em maio no Jardim Santo André. Este ano, a região já passou por duas ações de remoção de habitantes. A última na segunda-feira, 1º de abril. Ao todo, cerca de 200 famílias estão envolvidas na questão. “Quem necessita de assistência está sendo atendido pela Secretaria de Inclusão Social”, afirmou Piagentini.

Ainda de acordo com o titular, a área deve receber investimento do Governo do Estado. Um plano habitacional também está sendo estudado pela CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano). “Nesses primeiros meses, já tivemos umas quatro reuniões com a CDHU. Há uma verba em torno de R$ 400 milhões destinados ao Jardim Santo André. Temos ali cerca de 10 mil famílias, quase 40 mil pessoas, média de quatro pessoas por família. O CDHU tem um plano habitacional muito bem elaborado para a área”, comentou.

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