
A família de Juliana Marins, que morreu após cair de uma trilha do Monte Rinjani, na Indonésia, afirmou nesta quarta-feira (25/06), em postagem nas redes sociais, que a publicitária foi vítima de uma “grande negligência” da equipe de resgate.
O acidente ocorreu na sexta-feira (20), e nesta terça-feira (24), quando os socorristas enfim chegaram ao local onde a brasileira estava, foi constatada a morte. O corpo estava a 600 metros do ponto de onde ela caiu. Ela esperou por quase quatro dias.
“Se a equipe tivesse chegado até ela dentro de um prazo estimado de 7h, Juliana ainda estaria viva”, afirma a família em postagem no perfil do Instagram criado para divulgar informações sobre o caso. “Juliana merecia muito mais! Agora nós vamos atrás de justiça por ela, porque é o que ela merece”.
Segundo relatos de testemunhas, Juliana foi deixada para trás pelo guia que havia contratado para o passeio. Ele seguiu com o grupo, e ela ficou sozinha. Ela caiu, e o desaparecimento só foi notado horas depois.
O que diz o governo da Indonésia
O governo da Indonésia, responsável pelo Parque Nacional do Monte Rinjani, onde ficam a trilha e o vulcão, justifica a demora ao afirmar que “a evacuação envolveu a colaboração entre diversas agências e voluntários, em terreno extremo e clima imprevisível”. Em várias ocasiões, o trabalho foi interrompido devido ao mau tempo.
“O Ministério Florestal da República da Indonésia expressa pesar pelo falecimento de Juliana De Souza Pereira Marins, uma alpinista originária do Brasil que morreu em uma trilha do Parque Nacional do Monte Rinjani. Oferecemos nossas mais profundas condolências à família, amigos e colegas da vítima. Que sejam dados força e perseverança para enfrentar esta tragédia”, disse o parque em nota.
A remoção do corpo de Juliana do penhasco aconteceu nesta quarta-feira (25). O processo começou às 6h (horário local), com todos os equipamentos já preparados para a evacuação. O corpo estava a 600 metros do ponto de onde ela caiu e foi içado.
Às 13h51, toda a equipe de resgate e o corpo de Juliana estavam no topo do penhasco, no local de ancoragem, e às 15h50 chegaram a Pelawangan, um dos principais pontos de referência da trilha do Monte Rinjani. Em seguida, desceram em direção a Sembalun.
O corpo de Juliana chegou às 20h40 ao Resort Sembalun e foi levado ao Hospital Bhayangkara Polda NTB, onde passará por exames periciais antes de ser liberado para o translado de volta ao Brasil.
Natural de Niterói, no Rio de Janeiro, a brasileira tinha 27 anos e viajava por diversos continentes e países. Entre os registros em seu perfil no Instagram, há viagens para Espanha, Holanda, Vietnã, Alemanha, Uruguai e Egito, onde participou de um intercâmbio.
Ela trabalhou em empresas do grupo Globo, como Multishow e Canal Off, além da agência de marketing Mynd e do evento Rio2C, voltado à indústria criativa. A jovem era formada em Comunicação pela UFRJ e também realizou cursos de fotografia, roteiro e direção de cinema.