ABC - domingo , 13 de julho de 2025

Mulher em surto quebra tudo e agride médicos em hospital até ser detida em SCS

Mulher é conduzida pelos policiais militares à Delegacia Sede do município. (Foto: Reprodução)

Revoltada por ter recebido uma negativa em relação a um atestado médico, uma mulher foi tomada pela ira, na noite de sábado (14/06) e agrediu fisicamente duas médicas e outros funcionários, além de quebrar inúmeros equipamentos do Hospital Márcia Braido, no bairro Santa Paula, em São Caetano. A mulher, identificada como Natalia Carvalho de Souza, de 27 anos, foi contida por seguranças e acabou presa por policiais militares que atenderam a ocorrência. Além dos danos físicos aos profissionais, os danos materiais foram estimados em R$ 30 mil, pela prefeitura.

A prefeitura explicou que a mulher esteve no Hospital Márcia Braido, para o atendimento à filha, mas se revoltou com a médica que a atendia. A discussão teria começado porque a pediatra deu atestado apenas para a criança e não para a mãe. Além das agressões verbais, a pediatra e outra médica foram agredidas com socos. Seguranças e outros funcionários tentaram intervir e também foram agredidos.

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Computadores da recepção e equipamentos de um laboratório que ficava ao lado foram quebrados pela mulher. As pessoas que se feriram foram atendidas na própria unidade e depois liberadas. Depois que a mulher foi contida pelos seguranças, a Polícia Militar foi chamada e ela foi conduzida até a delegacia Sede de São Caetano. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública, informou que ela foi detida e indiciada por como lesão corporal, injúria, ameaça e dano qualificado. Ela foi encaminhada a uma unidade prisional.

Por causa dos danos o atendimento foi temporariamente suspenso no Márcia Braido, e retomados somente na manhã do domingo. “O prejuízo estimado é de R$ 30 mil. Foram danificados computadores, portas, móveis e o totem da recepção. As vítimas sofreram ferimentos leves e foram atendidas no próprio Complexo. Os atendimentos foram normalizados na manhã de domingo. A médica pediatra foi fisicamente agredida, e a recepção do hospital, assim como a unidade laboratorial anexa, foi destruída, obrigando o deslocamento dos atendimentos para o Hospital Zerbini até o início da manhã de domingo, quando a unidade foi liberada pelas autoridades policiais após a realização da perícia. A Secretaria Municipal de Saúde tomou as medidas legais e cabíveis frente ao ocorrido e se coloca à disposição dos profissionais para o suporte necessário”, disse a prefeitura, em nota.

O Sindmed (Sindicato dos Médicos do ABC), divulgou nota de repúdio sobre o ocorrido. “É inaceitável a profissional sofrer uma agressão em seu local de trabalho, onde presta serviço de assistência à sociedade. Faz-se necessário mais segurança aos médicos e às equipes de saúde nos estabelecimentos, sejam eles públicos e/ou privados”, declarou José Roberto Cardoso Murisset, presidente do Sindmed ABC.

A nota da entidade representativa dos médicos reproduziu levantamento do Conselho Federal de Medicina, divulgado em outubro de 2024. Segundo o estudo, um médico é vítima de violência enquanto trabalha em um estabelecimento de saúde no Brasil a cada três horas. “O Estado de São Paulo, que tem o maior número de registros médicos do Brasil (26% do total), registra praticamente a metade dos casos de violência existentes, em termos absolutos. O CFM, o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) e o Sindmed ABC estão unidos em defesa da integridade dos profissionais médicos. As entidades atuam de forma conjunta para garantir que os estabelecimentos de saúde contem com infraestrutura e seguranças necessárias para que haja um ambiente mais sustentável a todos, profissionais e população. Além disso, estão mobilizadas para fortalecer a legislação e assegurar que os agressores sejam devidamente punidos, promovendo mais respeito e proteção ao exercício da medicina”, diz o comunicado.

“Por fim, destacamos a condução equilibrada da gestão municipal no lamentável episódio e nos solidarizamos com as médicas agredidas, Dra. Miriam Macul e Dra. Gabriela Macul, colocando nossa assessoria jurídica à disposição das valorosas colegas”, conclui Murisset na sua nota.

 

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