No próximo dia 10 de abril os prefeitos alcançam o 100º dia de mandato. Em Diadema, Taka Yamauchi (MDB) tem se dividido entre os decretos que buscam a austeridade com o dinheiro público e as dificuldades junto ao Legislativo, que até o momento não votou um projeto sequer do Executivo. Apesar das dificuldades, o emedebista quer focar nas ações que prometeu durante a eleição e afirma que não quer entrar no jogo político da cidade.
“E nós do Executivo temos sempre um olhar focado nas pessoas, com respeito a população, levando em consideração os objetivos principais que a população nos clama que é a Saúde, Educação, a Segurança. E a gente vê e torce para que o Legislativo também possa ter esse mesmo norte, esse mesmo olhar”, iniciou Taka em entrevista ao canal RDtv.
“Porque politicamente falando a gente sabe que na eleição não existe terceiro turno e mesmo porque a gente chegou ao Paço não cheguei pela força dessa oposição ou desse grupo que se julga independente, nós chegamos aqui pela força da população e é para ela que nós vamos governar de uma forma muito austera, de uma forma que a gente tenha acima de tudo o respeito pelo dinheiro público. Então esse jogo político que se há, esse toma lá dá cá com o nosso governo não vai haver”, seguiu o chefe do Executivo.

Até o momento o único projeto do governo que foi protocolado na Câmara é o que busca flexibilizar as sedes do Conselho Tutelar. Pela atual legislação, as sedes precisam ser na área de atuação daquele Conselho. Não há previsão para a votação deste projeto.
Na Casa de Leis, dos 21 vereadores 10 estão no chamado bloco independente. Os cinco vereadores do PT estão no bloco de oposição. Seis vereadores estão na base aliada. Os governistas em si não contam com problemas para votações, inclusive o projeto aprovado para mudar o nome da Guarda Civil Municipal (GCM) para Polícia Municipal é de autoria de um governista, Cabo Angelo (MDB). Mas tal cenário não se repete com o Executivo.
Austeridade
Enquanto isso, Taka Yamauchi segue seu governo a partir de ações que podem ser resolvidas por decreto. Se levados em conta todos os números divulgados pelo prefeito durante a entrevista, a previsão de economia para o primeiro ano de mandato ultrapassou a casa dos R$ 110 milhões. Tal cenário foi considerado como necessário frente a dívida de R$ 2,5 bilhões que o município possui.
Segundo Taka, a cidade chegou a perder o CAUC, um sistema de informações do governo federal sobre os requisitos fiscais, o que fez o município perder R$ 10 milhões do Fundo de Participação dos Municípios por causa de algumas dívidas, fora os R$ 2,5 milhões que foram sequestrados dos cofres públicos no dia 1º de janeiro, enquanto tomava posse.
O próprio Instituto de Previdência Municipal (Ipred) é o principal credor da cidade, com uma dívida de R$ 1,242 bilhão. O prefeito indica que a Prefeitura teve de suplementar valores para garantir o pagamento das aposentadorias neste início do ano. A cidade aguarda uma possível aprovação da PEC (Projeto de Emenda à Constituição) 66/2023, que visa regrar o pagamento de precatórios e das dívidas com os regimes próprios de Previdência. Assista a entrevista.