ABC - sexta-feira , 2 de maio de 2025

Departamento de Limpeza de Diadema acumula pneus com larvas de mosquito

Larvas em água acumulada nos pneus localizados no DLU, em Diadema. (Foto: Reprodução)

Em plena epidemia de dengue e baixa vacinação, com milhares de focos de mosquitos identificados desde o ano passado, no DLU (Departamento de Limpeza Urbana) órgão da prefeitura de Diadema, há pilhas de pneus acumulados em terreno aberto, acumulando água e cheios de larvas que podem ser do mosquito Aedes Aegypti, vetor da dengue e outras doenças. O vereador Orlando Vitoriano (PT) encontrou a situação em vistoria no local e pediu providências dos responsáveis pelo departamento e disse que fará também requerimento na Câmara pedindo resposta sobre o que está acontecendo. A prefeitura culpa a gestão anterior.

“É fato que esses pneus estão lá faz tempo, deste a época do Filippi (ex-prefeito José de Filippi Júnior – PT), mas também é fato que com quase dois meses de governo o governo Taka não fez nada. A situação lá está caótica, são pilhas cada uma com três pneus e todos estão cheios de água e fizemos vídeo mostrando o quanto de larva tem ali”, relatou o parlamentar.

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A moradora do Jardim Amuhadi, que fica bem junto ao terreno do DLU, Laura Marques da Silva, disse que esteve também no local, na ocasião em que o vereador fez o vídeo mostrando as larvas nos pneus. “Tem muito pneu  sem nenhuma lona ou cobertura, aí chove e enche tudo de água, um berçário de mosquito. Eu fiquei até com medo, não cheguei muito perto não. A prefeitura tem que fazer alguma coisa, como é que quer fiscalizar a casa dos outros se no próprio terreno dela tem foco de dengue?”, indaga a moradora.

Laura também é presidente do conselho de saúde da UBS (Unidade Básica de Saúde) do Jardim Inamar. Segundo ela, no diálogo com vizinhos e moradores do bairro não percebeu problemas mais graves relacionados à doença, mesmo assim pediu à UBS um levantamento do número de casos, bem como da UBS do bairro Eldorado, que também atende parte da população vizinha ao DLU.

Em nota, a prefeitura de Diadema diz que os pneus desprotegidos da chuva foram deixados ali pela gestão anterior e que já está tomando providências para resolver o problema. Há mais de mil casos de dengue confirmados só do público que usa a UBS do Jardim Inamar. “O grande acúmulo de pneus nas dependências do DLU (Jardim Inamar) ocorreu na gestão anterior, que projetava montar naquela área um stand de tiro para treinamento da GCM. Por questões de segurança, o governo atual paralisou o projeto e está fazendo a retirada dos pneus, levando-os para destinação final apropriada. A equipe da Unidade de Vigilância em Zoonoses vistoriou o local, neste mês, realizou a orientação quanto à eliminação dos criadouros, manejo químico e retirada dos pneus, sendo estas as medidas mais eficazes para o momento. A UBS Inamar registrou 1.009 casos em 2024 e dois casos em 2025”, diz nota da administração.

Apesar da informação sobre a retirada dos pneus que estaria em andamento. A vistoria feita nesta quarta-feira (26/02) pelo vereador, mostrou que muitos ainda estavam por lá. O parlamentar disse não ter visto movimentação de pessoal fazendo a retirada do pneus.

Região

Enquanto a prefeitura anuncia providências para cuidar de focos em terreno público, nas demais cidades os focos se dão aos milhares. Há até prefeitura que reforçou as equipes de combate ao mosquito. Esse é o caso de Rio Grande da Serra que contratou mais nove agentes que se somam aos demais na fiscalização e combate ao mosquito. A prefeitura diz que na cidade são 15 pontos estratégicos que são monitorados e no ano passado nestes locais foi confirmada a presença do vetor da doença.

Em São Caetano no ano passado a prefeitura recebeu 1.182 denúncias com relação a água parada, sendo 44 registradas em janeiro e 348 em fevereiro. Em 2025, são 153 denúncias referentes a água parada. 69 registradas em janeiro e 84 em fevereiro. A administração municipal diz que o Aedes pode ser encontrado nos 15 bairros “Os criadouros mais comuns ainda são os pratos de vasos de plantas e recipientes descartados irregularmente que possam acumular água. Lajes, calhas e caixas d’água também preocupam, por terem condições de acumular grande volume de água e serem de difícil acesso. A equipe continua a mesma do ano passado: 10 agentes, além de uma equipe de fiscalização das denúncias”, diz nota do paço sancaetanense.

Equipamentos

A Prefeitura de São Bernardo informa que, neste ano, até a presente esta quinta-feira (27/02), foram encontrados 247 focos e 1.416 larvas do mosquito Aedes aegypti. Em 2024, foram encontrados 1.262 focos e 6.813 larvas do mosquito. “Neste ano, a gestão municipal, implantou novas tecnologias no combate ao mosquito, incluindo dois drones, sendo um para localizar criadouros de mosquito e mapear áreas para ações das equipes de campo; o outro drone realiza aplicação de larvicida e inseticida em criadouros de difícil acesso para as equipes. O município implementou também dois veículos de nebulização veicular (NAV), popularmente chamado de “fumacê”, utilizados para aplicar inseticida em áreas onde está ocorrendo a transmissão do vírus da dengue. Essas tecnologias estão facilitando o trabalho das equipes de campo além de acelerar os resultados.

Em Santo André, a prefeitura informa que em 2024 foram identificados e tratados 433 focos positivos do mosquito Aedes aegypti. “Neste ano, até o momento já foram identificados outros 67 focos para o mosquito Aedes aegypti, sendo os bairros de Vila Luzita, Vila Suíça, Cidade São Jorge, Jardim Marek e Vila Guaraciaba os bairros com a maior número de focos identificados do mosquito”, enumerou a administração municipal, em nota. O paço andreense diz ainda que não houve aumento na equipe, mas destacou que o número de casos de dengue caiu na cidade em comparação com o ano passado, a queda seria de 500%.

Mauá e Ribeirão Pires não responderam.

Veja vídeo gravado no DLU de Diadema: 

 

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