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Nesta sexta-feira (21/02), pela segunda vez este ano, fiéis da Assembleia de Deus de Santo André realizaram um ato do lado de fora da sede da igreja, na avenida Antônio Cardoso, na vila Curuçá, exigindo eleição para o comando da instituição religiosa. Centenas de pessoas fizeram um culto improvisado seguido de hinos evangélicos e com cartazes pedindo a saída do pastor Leandro Augusto dos Santos, que assumiu automaticamente a presidência da igreja após a morte do sogro, o pastor Silas Josué de Oliveira, em dezembro de 2024, vítima de câncer. Nesta sexta-feira aconteceria uma assembleia para eleição de uma nova chapa, mas acabou cancelada pela direção da igreja, que alegou problemas de segurança, como os que teriam acontecido nos últimos dias.
Os integrantes da igreja dizem que Santos tem restringido a realização de cultos dentro da igreja por causa da resistência à sua ascensão ao cargo mais alto da comunidade religiosa. Ele assumiu o cargo após o falecimento do sogro conforme determina uma alteração no estatuto feita em 2023, quando o pastor Silas já estava em tratamento do câncer. Essa mudança é que é contestada por parte da comunidade, que queria novas eleições conforme rezava o estatuto anterior. O advogado Sidnei Bizarro, que representa um grupo de pastores e fiéis da ADSA, diz que há várias irregularidades no procedimento que resultou na mudança do estatuto. Entre as irregularidades estão assinaturas de 56 nomes naquela alteração do estatuto. Bizarro diz que 40 destes membros negaram a participação na reunião que mudou estatuto. Bizarro sustenta que as mudanças no estatuto teriam o objetivo de manter a família no comando da igreja. Uma das mudanças foi a divulgação no estatuto do salário do presidente, que equivale a 30 salários mínimos (R$ 45.540, atuais).
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Segundo o advogado do grupo de pastores, mesmo com a propositura de uma assembleia para uma nova eleição, a chapa apresentada pelo pastor Leandro Augusto dos Santos, privilegia membros da família nos cargos de comando da igreja. “A família continua, mas outros pastores de confiança do pastor Leandro foram inseridos para o exercício de 2025, que é uma prerrogativa do presidente. Mas não havendo a assembleia hoje, que em tese, tem o condão de aprovar a eleição dessa nova diretoria, entendemos que perde sua eficácia”, disse Bizarro.
Já o advogado que representa o pastor presidente, Bruno Carillo Cavalcante, diz que o motivo do cancelamento da assembleia foi a segurança. “No último domingo teve culto e houve muita baixaria, muito empurra-empurra, teve agressões e muitas ameaças. Durante a semana chegou ao nosso conhecimento que eles (fiéis contrários a atual presidência) estariam organizados, inclusive com rádios de comunicação, e fizeram vários vídeos dizendo que estavam preparados para o confronto então a gente resolveu cancelar até porque não teria como garantir a segurança das pessoas na assembleia. Infelizmente a Polícia Militar ela só atende quando o crime foi cometido. Então foi entendido que não tinha clima, não tinha condições de segurança para a assembleia, portanto o pastor Leandro achou melhor cancelar”, explicou.
O pastor Leandro Augusto dos Santos, tem negado as irregularidades na mudança do estatuto que faz o vice assumir o cargo automaticamente na vacância e completa dizendo que a justiça avalia a situação e o Judiciário é o local para a discussão. “Porque púlpito não é local de autodefesa, de promoção pessoal ou de qualquer tipo de atitude que não seja a pregação do evangelho. Partindo deste princípio, o púlpito não é o local adequado para exposição de ofensas, defesas, brigas ou desavenças. Existe uma alegação por parte de pastores dissidentes da igreja evangélica assembleia de Deus Ministério em Santo André, de que houve irregularidades na aprovação do atual estatuto social, vigente desde o dia o primeiro de julho de 2023. Assim, esta igreja entende que o foro adequado para a referida discussão é o foro judicial, onde se pode produzir provas sob o crivo do contraditório e da ampla defesa e a realização de perícia por perito imparcial nomeado pelo juiz”, disse em nota divulgada em janeiro.
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