
Seis prefeitos da região se reuniram na manhã desta terça-feira (14/01) para a homologação de São Bernardo ao Consórcio Intermunicipal Grande ABC, passados 23 meses fora do colegiado. Entretanto, ainda paira uma incerteza de que São Caetano, administrada por Tite Campanella (PL), possa tomar o mesmo curso. Dessa forma, uma nova assembleia foi marcada para o dia 28, a fim de definir o novo presidente e, quem sabe até lá, convencer o liberal a fazer com que a cidade retorne à instituição.
Presidido interinamente pelo prefeito de Diadema, Taka Yamauchi (MDB), o Consórcio Intermunicipal recebeu o homólogo de São Bernardo, Marcelo Lima (Podemos), que agora faz parte oficialmente do colegiado. Após essa resolução, o discurso dos integrantes do coletivo foi claro em reforçar o desejo de ter São Caetano novamente na entidade regional e a palavra de ordem foi realizar uma “força-tarefa” para atrair a cidade nos próximos dias.
O que se fala entre os representantes dos seis municípios é que “um novo formato de gestão” para a entidade é necessário nesse convencimento. “Estamos dialogando. O Tite é muito bom gestor e tenho certeza de que vai fazer um grande trabalho em São Caetano, com inteligência quanto às regiões que têm divisas com São Bernardo e Santo André, onde há uma preocupação enorme. Agora ele tem ponderado a questão do novo modelo (de gestão)”, frisou Lima.
Por sua vez, o prefeito de Santo André, Gilvan Júnior (PSDB) comemorou a presença de São Bernardo na instituição e reforçou o foco em contar com todos os sete municípios unidos mais uma vez. “O mais importante aqui é essa união e estamos alinhados para desenvolver o ABC. E vamos conversar com o Tite para São Caetano voltar ao Consórcio”, apontou.
No fim de 2022, os ex-prefeitos José Auricchio Júnior (PSD) e Orlando Morando (sem partido), de São Caetano e São Bernardo, respectivamente, decidiram deixar a agremiação por desavenças com o então homólogo andreense Paulo Serra (PSDB). Tudo começou com uma disputa de influência dentro do próprio PSDB, porém, passou a culminar no rompimento regional. Os desligamentos se concretizaram nos primeiros meses do ano seguinte, com o aval das câmaras municipais.
Seguindo na contramão de seu antecessor, de quem foi vice-prefeito por seis anos, Lima agiu rápido ao colocar São Bernardo de volta ao Consórcio Intermunicipal, articulando, junto aos vereadores, a aprovação pelo retorno da cidade no terceiro dia de governo. Entretanto, Tite ainda não sinalizou para o Parlamento o desejo de colocar São Caetano no mesmo curso, ao menos por ora.
Até Tite se decidir, o time de prefeitos do ABC seguirá com um a menos, composto por Taka, Lima, Gilvan, Marcelo Oliveira (PT, Mauá), Guto Volpi (PL, Rio Grande da Serra) e Akira Auriani (PSB, Rio Grande da Serra).

Discutir a região sem blá-blá-blá
Lima não escondeu o entusiasmo com o seu assento no Consórcio Intermunicipal, ratificado com o aval dos outros cinco colegas. “Estou muito feliz por sacramentar a volta de São Bernardo a partir de hoje ao Consórcio, para que a gente possa discutir a região e sair do blá-blá-blá, e assim tenhamos na prática os resultados que a população. Não estamos aqui discutindo partidos políticos, mas sim, a responsabilidade que cada um tem de representar sua região da melhor forma possível”, pontuou.
Uma vez de volta ao Consórcio Intermunicipal, os prefeitos ainda vão definir o modelo de parcelamento para São Bernardo quitar a dívida com a instituição, referente aos atrasos de repasses para o funcionamento dessa estrutura. Ao todo, o passivo do município gira em R$ 19,9 milhões, valor que será destrinchado em várias prestações.
Com a presença de São Bernardo, o Consórcio Intermunicipal terá um aumento na previsão orçamentária neste ano, de R$ 10,6 milhões a R$ 10,8 milhões, enquanto que o rateio por município cai de 0,28% para 0,15%, referente ao orçamento de cada prefeitura. Em uma hipotética volta de São Caetano, a estimativa financeira passaria para R$ 11,3 milhões, com uma divisão por cidade caindo para 0,13%.