
A bancada regional do ABC na Assembleia Legislativa, formada por oito deputados estaduais, utilizou R$ 2,5 milhões em cotas parlamentares, entre janeiro e novembro de 2024, segundo dados disponibilizados pelo próprio Parlamento. Estão na liderança desse levantamento Teonilio Barba, Rômulo Fernandes (ambos do PT) e Atila Jacomussi (União Brasil), todos acima de R$ 400 mil gastos de dinheiro do contribuinte, cada um. Por outro lado, a deputada Ana Carolina Serra (Cidadania) é a que menos usou o recurso: R$ 59,5 mil no período.
Denominada também como auxílio-encargos gerais de gabinete e auxílio-hospedagem, cada deputado estadual tem direito a 1.250 Ufesps (Unidade Fiscal do Estado de São Paulo), que ano passado, valeu R$ 35,36, conforme determinou a mesa diretora da Assembleia, com base nas diretrizes da Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo. Desse modo, o limite para o uso desses benefícios foi de R$ 44,2 mil por mês.
Líder em uso de auxílios no ABC, Barba chegou a soma de R$ 447,5 mil de cota, despendendo mais para locação de bens e imóveis (R$ 132,2 mil), serviços técnicos para consultorias e pesquisas (R$ 110 mil), e cópias e reprodução de documentos (R$ 83,8 mil). O montante usado chega a 92% do limite legal de recursos disponibilizados ao gabinete – R$ 486,2 mil em 11 meses. A assessoria do petista não falou sobre redução de custos e apenas informou que a planilha financeira está dentro dos parâmetros legais.
Com residência em Mauá, Rômulo é o segundo no ranking de deputado mais caro no ABC, com R$ 438,5 mil de janeiro a novembro – 91,1% da cota disponível. Então entre os maiores encargos do petista, estão materiais e serviços gráficos (R$ 106,8 mil), locação de imóveis (R$ 95,7 mil) e divulgação de suas atividades (R$ 83,1 mil). A assessoria do deputado apontou que os gastos são exclusivamente para representação e transparência do mandato, todos dentro da legalidade.
Também com reduto em Mauá, Atila está em terceiro como o deputado da região mais custoso aos bolsos dos contribuintes, apesar de despender menos, enquanto disputava a eleição para prefeito da cidade – foi derrotado no segundo turno pelo então chefe do Executivo, Marcelo Oliveira (PT). Ao todo, o deputado pelo União Brasil usou R$ 427,6 mil em 11 meses – 87,95% do teto para tal período – de auxílios.
O parlamentar teve as maiores despesas com locação de bens e imóveis (R$ 122,9 mil) e aluguel de veículo (R$ 89,3 mil). Nos três meses de campanha pela Prefeitura de Mauá – agosto, setembro e outubro -, Atila teve as contas pagas pelo dinheiro público, em média, por meio de R$ 29,6 mil, enquanto que fora do período eleitoral, tais números saltaram para R$ 42,3 mil. A assessoria do parlamentar não retornou até o fechamento desta matéria.
Completam a lista quanto ao uso dos auxílios previstos na Assembleia os deputados Thiago Auricchio (PL, R$ 391,7 mil), Luiz Fernando Teixeira (PT, R$ 351,2 mil), Ediane Maria (PSol, R$ 258,3 mil) e Carla Morando (PSDB, R$ 193,5 mil).
Salários de deputados vão superar o de governador
A partir de fevereiro, os salários brutos dos 94 deputados estaduais de São Paulo passam a ser de R$ 34.774,64. Ou seja, os parlamentares da Assembleia Legislativa terão remunerações superiores às do próprio governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que tem contra-cheque de R$ 34.572,89. Esse será o quarto aumento de vencimentos para os deputados em dois anos, visto que aprovaram em sua maioria, em janeiro de 2023, uma majoração escalonada dos subsídios.