Para atuar na contenção de desastres naturais, o GT (Grupo de Trabalho) de Gestão de Riscos do Consórcio Intermunicipal, em parceria com o Governo do Estado, retomam nos próximos meses o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), importante para a prevenção de tragédias e outras crises climáticas na região. Com a intensificação dos eventos climáticos extremos, como chuvas fortes e deslizamentos, a iniciativa vai integrar os municípios e aumentar a eficiência na gestão de emergências.
Em entrevista ao RDtv, Sergio Moraes, secretário de Proteção e Defesa Civil de Mauá e coordenador do GT de Gestão de Riscos do Consórcio Intermunicipal, explica que a retomada do CGE será um importante marco para a região, principalmente para melhorar a coordenação entre as equipes de Defesa Civil dos municípios e fortalecer as ações preventivas. “O CGE será fundamental para centralizar informações em tempo real sobre o clima e os riscos em toda a região. Com isso, teremos condições de agir de maneira eficaz e coordenada, antecipar e minimizar os impactos das crises”, afirma o secretário.
O CGE será um centro de monitoramento em tempo real, ao reunir dados de pluviômetros, meteorologia e outras informações relevantes para a segurança da população. O sistema contará com equipe especializada, treinada para atuar rapidamente em emergências.
Moraes destaca a importância do trabalho conjunto, não apenas entre os municípios, mas também com o governo estadual. “Estamos em parceria constante com a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, o que nos garante um suporte técnico essencial em momentos críticos”, explica.
O principal objetivo do CGE é prevenir e mitigar os danos causados por eventos climáticos extremos, como enchentes, alagamentos e deslizamentos de terra, comuns na região. Além disso, o centro servirá como ponto de convergência para informações sobre riscos tecnológicos e hidrológicos, também com as empresas associadas ao Polo Petroquímico.
A integração entre os municípios do ABC será um dos pilares do CGE. O GT de Gestão de Riscos do Consórcio ABC, coordenado por Moraes, será responsável por garantir que os planos de ação para emergências sejam aplicados conjuntamente. Além disso, o CGE fortalece a comunicação entre as Defesas Civis locais e outras entidades, como Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Polícia Civil.
Os treinamentos para a operação do CGE já estão em andamento, com equipes de monitoramento sendo preparadas. Moraes destaca que o CGE não é apenas uma estrutura de resposta, mas também uma ferramenta de prevenção, com foco em reduzir os riscos e minimizar os danos antes que as emergências aconteçam.
Defesas Civis do ABC e Estado
Os municípios do ABC compartilham desafios climáticos e geográficos diversos, tornam essencial o trabalho conjunto das equipes de Defesa Civil. Segundo Moraes, a integração entre esses municípios ampliou, com a criação de protocolos comuns de resposta e o compartilhamento de recursos e informações em tempo real.
“Cada cidade tem suas particularidades, mas as ações de prevenção e resposta precisam ser coordenadas. A Defesa Civil de Mauá pode precisar de apoio logístico de Santo André, por exemplo, durante uma tempestade intensa, e isso só será possível se as equipes trabalharem juntas”, explica.
A cooperação intermunicipal permite ainda a troca de experiências, capacitação conjunta de equipes e o planejamento de ações para diferentes tipos de emergências. “Não há mais espaço para os municípios atuarem isoladamente. A colaboração entre as cidades é essencial para garantir respostas rápidas e eficazes”, completa.
Além da colaboração entre os municípios, o governo estadual desempenha um papel fundamental na coordenação das ações de Defesa Civil. A Cedec (Coordenadoria Estadual de Defesa Civil) oferece suporte técnico, financeiro e logístico, além de coordenar ações em grande escala quando os desastres atingem múltiplos municípios.
Moraes destaca que, em situações de grande magnitude, como as que ocorreram durante enchentes e deslizamentos de terra nos últimos anos, a atuação do Estado é crucial para complementar os recursos municipais. “Em desastres de grandes proporções, as Defesas Civis municipais podem não ter os recursos necessários, e é aí que a colaboração com o Estado se torna fundamental. A Cedec tem infraestrutura e equipamentos rapidamente deslocados para as áreas afetadas”, afirma.
Além das ações estruturais e intermunicipais, a preparação da população é foco central nas iniciativas de Defesa Civil. Moraes enfatiza que, para que a resposta a emergências seja bem-sucedida, é fundamental que a comunidade esteja informada e preparada para agir. Campanhas de conscientização, simulações de desastres e orientações sobre como proceder em casos de emergência são algumas das ações realizadas.
Com a intensificação das mudanças climáticas, os municípios e o Estado precisam se prepara cada vez mais para lidar com eventos extremos. “A previsão é que os fenômenos climáticos se tornem mais frequentes e intensos, exigindo um planejamento contínuo e a adaptação das estratégias de gestão de riscos”, comenta.
Plano de Ação de Chuvas de Verão 2024/2025
No próximo dia 29 de novembro a Defesa Civil de Mauá vai apresentar o plano de contingência em períodos de chuva atualizado para o município. Aberto à comunidade, o encontro acontece no Anfiteatro da Escola Professora Terezinha Leardini Branco, localizado na avenida Presidente Castelo Branco, 1884, no Jardim Zaíra.