Por André Naves
A cada novo ciclo eleitoral, a democracia brasileira reforça a mensagem de que o povo deseja ser protagonista de sua própria trajetória, apostando em um futuro que valorize o trabalho, a liberdade e a iniciativa individual. As urnas, mais uma vez, emitiram um recado claro: o país quer ver ações concretas de facilitação, simplificação e desburocratização do ambiente econômico, que promovam um espaço fértil para a livre iniciativa e o empreendedorismo. Neste contexto, conceitos como disciplina, perseverança e alteridade se destacam como valores fundamentais não apenas para o crescimento individual, mas para a construção de uma sociedade mais justa e próspera.
A disciplina, neste cenário, representa a disposição para a realização dos propósitos pessoais e coletivos, necessária para a construção de uma sociedade de oportunidades. Ao simplificar processos, reduzir barreiras e descomplicar o empreendedorismo, os governantes não apenas incentivam o crescimento econômico, mas também promovem um ambiente em que cada cidadão possa desenvolver suas habilidades e contribuir para o progresso nacional. Assim, a disciplina se manifesta na força de vontade de cada indivíduo que, diante de um ambiente mais acessível, sente-se motivado a investir em seus projetos, trabalho e negócios.
A perseverança, por sua vez, representa a capacidade de enfrentar as adversidades que surgem pelo caminho. Em um ambiente de negócios que incentiva o empreendedorismo e a inovação, os obstáculos tornam-se não apenas dificuldades a serem superadas, mas oportunidades de aprendizado e crescimento. Perseverar, nesse contexto, significa olhar para os problemas e buscar soluções criativas. A perseverança é, de fato, uma qualidade essencial para o desenvolvimento econômico, que só é alcançado quando as dificuldades são encaradas como etapas rumo ao progresso.
Por último, a alteridade — a capacidade de reconhecer e valorizar as qualidades e talentos dos outros, ao mesmo tempo em que se aprende com elas — é igualmente crucial para o desenvolvimento social e econômico. A alteridade permite a cooperação. Cada cidadão e cada setor da economia encontram espaço para contribuir com o todo. Em uma sociedade que valoriza o potencial de cada indivíduo, o respeito e a valorização das diferenças tornam-se alicerces para a construção de uma economia inclusiva, que acolhe a diversidade e promove a igualdade de oportunidades. Neste contexto, a alteridade não é apenas um ideal, mas uma prática essencial para o fortalecimento do tecido social, que se torna, assim, mais unido e preparado para enfrentar os desafios.
O setor do agronegócio brasileiro ilustra de maneira bem prática esses valores. Com sua capacidade de transformar áreas antes estéreis em terrenos produtivos, o agronegócio se tornou um motor de desenvolvimento econômico e inclusão social. Através da tecnologia, da inovação e da dedicação de milhões de trabalhadores, o Brasil passou de importador de alimentos a uma das maiores potências agrícolas do mundo, gerando emprego e melhorando os índices de desenvolvimento humano nas regiões onde atua. Esse setor exemplifica como a aplicação de disciplina, perseverança e alteridade pode não apenas elevar os padrões de vida, mas também impulsionar o progresso e a emancipação social.
As eleições refletem, portanto, o desejo popular por um Brasil que valorize o esforço individual e a livre iniciativa, criando um ambiente onde todos tenham a oportunidade de crescer. Para os políticos, a mensagem das urnas é um chamado à ação.
Disciplina, perseverança e alteridade devem ser os pilares de políticas que respeitem a vontade popular e promovam o desenvolvimento humano. Que essa voz seja ouvida com atenção e respeito, permitindo que o país avance em direção a uma sociedade mais digna, inclusiva e justa.
André Naves é Defensor Público Federal, especialista em Direitos Humanos, Inclusão Social e Economia Política. Escritor, professor, ganhador do Prêmio Best Seller pelo livro “Caminho – a Beleza é Enxergar”, da Editora Uiclap.