Acompanhado do prefeito Orlando Morando (PSDB), o candidato à Prefeitura de São Bernardo, Marcelo Lima (Podemos), recebeu nesta segunda-feira (14/10) apoio triplo de políticos de cidades vizinhas para a reta final do segundo turno, na disputa com o deputado federal Alex Manente (Cidadania). Em ato realizado em um restaurante na avenida Kennedy, o prefeito eleito de São Caetano, Tite Campanella (PL), e o reeleito em Ribeirão Pires, Guto Volpi (PL), assim como o ex-chefe do Executivo de Ribeirão, Clóvis Volpi, anunciaram adesão à campanha do podemista.
No encontro, Marcelo Lima falou sobre a importância de diálogo para garantir trabalho conjunto entre as sete cidades, mas afirmou que o modelo atual do Consórcio Intermunicipal do ABC precisa ser rediscutido, sobretudo no que refere ao sistema de custeio da entidade, com parcelas mensais pagas pelos municípios.
Aliás, foi justamente a questão do financiamento que pesou na decisão de São Bernardo e São Caetano para deixarem o colegiado de prefeitos. Questionado pelo RD sobre se é possível fazer a articulação regional sem o Consórcio, o podemista disse ser um defensor da integração regional, mas que não necessariamente precisa ser por meio do Consórcio.
Consórcio Intermunicipal
Marcelo Lima disse que é defensor do bom diálogo. Sobre o Consórcio, não é a favor da forma que é pago hoje. “Como é custeada aquela máquina, uma máquina pública com o dinheiro público. Eu sou defensor de integrar um consórcio, uma associação, uma entidade que possa discutir as sete cidades por uma equipe de governo. Agora, é claro que isso tem de ser repensado, a forma do custeio, a forma de não usar o dinheiro público para bancar um cabide de emprego. Mas com certeza nós vamos discutir isso em conjunto, eleito prefeito de São Bernardo, para que a gente possa manter a unidade das sete cidades, dialogando para um projeto futuro para a região”, explicou Marcelo.
O prefeito Orlando Morando, que decidiu retirar São Bernardo do Consórcio de prefeitos e recebeu aval da Câmara para efetivar o desligamento, disse não ser contra uma entidade que possa centralizar discussões em torno de questões regionais, mas que não tenha o peso financeiro que o colegiado atual representa para os municípios que o integram.
“E a cidade que mais pagava era São Bernardo, quase R$ 400 mil por mês. Você não consegue explicar para o cidadão que a cidade vai pagar R$ 5 milhões por ano para ter uma reunião mensal, e sem efetividade. Esse foi o ponto que levou São Bernardo e São Caetano a saírem”, pontuou Morando. “Depois disso virou praticamente uma reunião de vice-prefeito, não teve mais nenhuma pauta”, afirmou.
Apoios
Assim como Orlando Morando, o primeiro a falar no ato desta segunda-feira, Marcelo Lima agradeceu o apoio de Tite, Guto e Clóvis e disse esperar que, se eleito, possa ter os aliados como parceiros com os quais possa trocar informações e experiências.
“Isso vai fazer com que a gente possa avançar ainda mais em São Bernardo, com bom diálogo, com a boa discussão, ouvir mais para errar menos. É isso que representa esse ato de hoje, um conjunto de pessoas que querem o melhor para nossa região e agora, que já ganharam a eleição, estão aqui em São Bernardo para me apoiar. Isso me orgulha muito, mas também aumenta minha responsabilidade”, completou Marcelo.
Eleito para comandar a Prefeitura de São Caetano pelos próximos quatro anos, Tite Campanella já esteve próximo de Alex Manente, que agora está do outro lado da disputa em São Bernardo, mas ao falar sobre a decisão de anunciar apoio ao podemista deu a entender, nas entrelinhas, que o ex-aliado não cumpriria acordos.
“Olha, a gente pesou muita coisa para estar aqui. Principalmente o fato de eu conhecer o Marcelo há muito tempo, e saber que ele é uma pessoa de palavra. A palavra dele não faz curva, o Marcelo tem uma palavra só. O Marcelo teve uma posição muito bacana comigo em 2021, quando fiquei como prefeito interino. Ele me procurou logo no começo do ano e disse que se precisasse dele, de São Bernardo, do seu conhecimento, da estrutura da Prefeitura, poderia contar”, disse Tite.
Capacidade
Guto Volpi foi mais econômico ao expor os motivos que o levaram a anunciar apoio a Marcelo Lima, e citou a aprovação da própria gestão em Ribeirão Pires, que o ajudou a garantir novo mandado, de Orlando Morando, em São Bernardo, de Tite, em São Caetano, e de Marcelo quando vice-prefeito, que lhe deu a melhor votação no primeiro turno.
“E é isso que a gente traz aqui para o Marcelo, que é ser testemunha do gestor que é, de capacidade, e é isso que a gente está fazendo para São Bernardo. Falando, olha, aqui em São Bernardo tem que ser o Marcelo”, sentenciou Guto Volpi.
O ex-prefeito Clóvis Volpi também citou a capacidade de Marcelo Lima como gestor e a sua preocupação em promover o diálogo regional como pontos que pesaram na decisão de dar a ele seu apoio no segundo turno. Mas não escondeu descontentamento com a postura do político Alex Manente, a quem fez duras críticas e que avalia não estar preparado para governar a maior cidade do ABC.
“Olha, quando a gente faz uma opção de apoio a algum candidato, independente de onde ele esteja, olho dois pesos que são importantes. A questão do cumprimento de compromissos, palavra. Com o Marcelo tivemos uma relação extremamente transparente, de boa conversa, e já tive o dissabor de conversar com o candidato que luta com ele”, comentou Clóvis Volpi
E o ex-prefeito prosseguiu. “Então, se eu comparar aqui os dois candidatos, o Marcelo dá de 10 a 0, porque é um cumpridor de compromissos. E já tive dissabores terríveis com o adversário do Marcelo, que eu acho que não serve para governar uma cidade do tamanho de São Bernardo. Então, Marcelo é um cara com capacidade, com discernimento, com honradez. Essa é a opção que a gente faz aqui”, disse Clóvis Volpi.