ABC - sábado , 12 de outubro de 2024

ABC se aproxima da Capital que chegou a liderar lista das mais poluídas do mundo

Site do IQAir na noite desta terça-feira (10/09). Os pontos em vermelho mostram condição insalubre na região metropolitana que inclui o ABC. (Foto: Reprodução)

A qualidade do ar no ABC piora nas últimas 48 horas e segue próxima da Capital, que chegou a ser classificada como a mais poluída do mundo esta semana pelo site suíço IQAir, que mede a poluição do ar em todo planeta tendo como base dados oficiais, no caso de São Paulo os dados são os fornecidos pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) que tem estações medidoras por todo território paulista, incluindo pontos no ABC. O mesmo céu cinzento e ar seco da Capital também foi visto no ABC neste início de semana.

Na segunda-feira (09/9) a Capital paulista chegou em alguns momentos entre o fim da manhã e início da tarde ser considerada a cidade mais poluída do mundo, com índice de qualidade do ar de 170 na graduação de quanto mais alto pior o ar que se respira. Na noite desta terça-feira (10) São Paulo melhorou um pouco o IQA, para 155, mas ainda a quarta colocada no mundo atrás apenas de Adis Abeba, na Etiópia; Kampala, em Uganda; e Riad, na Arábia Saudita que no levantamento atualizado até as 18h era a cidade com a pior qualidade do ar no planeta com IQA de 275, considerada muito insalubre.

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No levantamento mais recente, duas cidades do ABC foram classificadas como Insalubres, segundo os dados do IQAir, são elas: Mauá, com IQA de 161 e 70 microgramas por metro cúbico de partículas inaláveis do tipo PM 2,5, que são partículas invisíveis resultantes de queima de combustíveis; e São Bernardo com IQA de 158 e 65 de presença de PM 2,5.

Santo André foi classificada como “insalubre para grupos sensíveis” com IQA de 138 e 50,4 de PM 2,5. Já em Capuava, ainda em Santo André, o índice ficou em 61, sendo considerada uma condição moderada.

Em Diadema, no Centro da cidade, a condição era de moderada no início da noite desta terça feira, com IQA de 65 e PM10, que são as partículas inaláveis de 84 μm/m³ (microgramas por metro cúbico de ar).

Já segundo a Cetesb, em Santo André a condição no Centro era considerada muito ruim e moderada em Capuava. A companhia estatal confirmou a condição moderada para Diadema, considerou ruim a situação em Mauá. Segundo o relatório desta terça-feira a condição era muito ruim no Centro de São Bernardo.

A Cetesb informou ainda que as condições climáticas são desfavoráveis para a dispersão dos poluentes. “A qualidade registrada foi determinada principalmente pelas concentrações de material particulado (poeiras, fuligens e fumaça, que ficam suspensas na atmosfera em função do seu pequeno tamanho – e por ozônio. O estado São Paulo está sob influência de diversos focos de queimada, situação agravada pelas condições meteorológicas com a atuação de uma massa de ar quente, seco e estável com ventos fracos e calmaria durante a noite e madrugada, além de ausência de chuvas, o que dificulta a dispersão dos poluentes. A Cetesb recomenda que as pessoas evitem exercícios físicos ao ar livre e que reforcem a hidratação. Já o site IQAir recomenda inclusive o uso de mascaras para evitar a inalação de material particulado”, informa o órgão ambiental em nota.

Idosos, crianças ou quem já tem problemas respiratórios podem ter o quadro agravado com essa condição climática, é o que explica o médico pneumologista e colaborador do Gepraps-FMABC (Grupo de Estudo e Pesquisa Respiratória na Atenção Primária à Saúde da Faculdade de Medicina do ABC), Victor Hugo Martins. “Essa é uma época difícil para portadores de doenças respiratórias, principalmente pacientes com asma e DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica) têm uma grande chance de desencadear descompensações do quadro”, destaca.

E até quem não tem ainda uma doença pulmonar pode desenvolver problemas crônicos. “Infelizmente a poluição pode sim acabar por desenvolver doenças como a própria DPOC que tem relação com tabaco, mas também com poluição e queima de biomassa, o que pode levar a problemas durante toda a vida do paciente”, diz o médico da FMABC que também considera que as máscaras podem ajudar. “Principalmente por conta das queimadas a máscara pode ajudar a, ao menos, diminuir o impacto, não é o ideal, mas ajuda”, completa.

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