Simone Biles, considerada por muitos como a maior ginasta da história, não definiu sua aposentadoria do esporte, mas uma coisa já é certa: o Biles II, salto com maior grau de dificuldade já visto, não será mais executado pela atleta que o registrou. Na segunda-feira (2/9), a americana anunciou a decisão por meio de um “velório” em suas redes sociais. Em agosto, Biles já havia dado indícios de que não repetiria o movimento em sua próxima competição.
“Descanse em paz, Yurchenko Double Pike”, escreveu a ginasta, em uma foto sobre a mesa em que o salto é realizado. “Se foi, mas literalmente jamais será esquecido”, respondeu a conta do time de ginástica dos Estados Unidos. “Yurchenko Double Pike, também conhecido por Biles II, é um movimento da Yurchenko, um grupo de saltos de entrada.
No caso do segundo elemento batizado por Biles no salto, depois da entrada, é realizado um duplo mortal carpado. A ginasta americana, que homologou o salto no Mundial da Antuérpia, em 2023, é a única a conseguir realizar o movimento, que tem o maior grau de dificuldade do esporte – ela parte de uma nota de 6,400 pela dificuldade de execução.
Na Olimpíada de Paris-2024, Biles conquistou quatro medalhas – três de ouro (individual geral, por equipes e no salto) e uma de prata (solo). Nos três ouros, o Biles II foi crucial para ela superar a concorrência, em especial Rebeca Andrade. Após os Jogos, ela garantiu que ainda pensa se competirá em 2028, quando Los Angeles, nos Estados Unidos, receberá a competição.
Ela também afirmou que não pensava em utilizar o salto novamente em competições oficiais. “Se é a minha última competição de salto? Eu meio que acertei nessa competição, então nunca diga nunca. Definitivamente é a última vez que faço o Yurchenko Double Pike”, afirmou, em entrevista coletiva. “A próxima Olimpíada é em casa. Nunca se sabe, mas estou ficando animada”, afirmou a ginasta de 27 anos. No movimento, Biles faz um round off (“estrelinha”) em direção ao trampolim, entra de costas para a mesa e executa dois mortais carpados antes de pousar.
No Biles II, ela pode tirar, no máximo, 16,400, pela nota de dificuldade e execução. Em comparação, Rebeca Andrade, com o Cheng, parte de uma nota inicial de 15,600. As duas rivalizaram no pódio em Paris, com a americana se rendendo à brasileira após a final do individual geral. “Essa medalha de ouro significa o mundo pra mim, mas acho que não consigo mais competir com a Rebeca”, disse, em tom de brincadeira, após a conquista. “Estou muito orgulhosa dela, ela chegou perto demais. Nunca tive uma atleta tão próxima”.