Varizes são um problema que afeta tanto homens quanto mulheres e, embora frequentemente consideradas uma questão estética, podem representar sérios riscos à saúde. É o que afirma Sidnei José Galego, cirurgião vascular do Hospital e Maternidade Brasil, em Santo André, que, em entrevista ao RDtv, esclarece dúvidas e recomenda opções de tratamento.
Segundo o cirurgião, as varizes não são exclusivas das mulheres; os homens também podem ser afetados, apesar de a prevalência ser maior entre as mulheres: “Cerca de 30% da população geral pode desenvolver algum tipo de doença varicosa, e embora seja mais comum nas pernas, varizes podem ocorrer em outras partes do corpo”, afirma o médico. Ele ressalta que, enquanto as mulheres são mais propensas a apresentar varizes, os homens também sofrem com a condição, muitas vezes devido a fatores hormonais e genéticos.
As varizes podem começar a se formar em diferentes fases da vida, geralmente entre 25 e 35 anos. No entanto, também podem surgir em adolescentes e até em crianças quando associadas a outras condições vasculares: “Embora existam varizes secundárias que surgem devido a outras condições, as varizes primárias geralmente se desenvolvem ao longo do tempo devido ao envelhecimento e a fatores predisponentes”, explica Dr. Galego.
O médico desmentiu alguns mitos sobre as varizes. Embora muitas pessoas acreditem que cruzar as pernas ou ficar muito tempo em pé possa causar varizes, ele explica que essas práticas não têm comprovação científica de causarem varizes diretamente: “O que é comprovado cientificamente é que o uso de salto alto pode aumentar a incidência de insuficiência venosa e varizes”, acrescenta.
Sobre o tratamento das varizes, Galego esclarece que a cirurgia não é a única solução: “A cirurgia é uma opção, mas não a única. Muitas vezes, o tratamento conservador, que inclui mudanças no estilo de vida e o uso de medicamentos, é suficiente”, explica. Ele destaca que o tratamento conservador envolve a utilização de flavonoides, medicamentos que melhoram a drenagem venosa e linfática, além do uso de contenção elástica.
A cirurgia continua sendo uma solução importante, especialmente em casos mais graves: “O tratamento cirúrgico é considerado padrão ouro e envolve a remoção das veias afetadas, frequentemente a veia safena”, diz o médico. Recentemente, técnicas menos invasivas, como o uso de laser e radiofrequência, têm ganhado popularidade. Essas técnicas envolvem o aquecimento da veia afetada para eliminá-la da circulação.
O pós-operatório pode ser desconfortável, mas novas medicações e tratamentos têm sido desenvolvidos para ajudar na recuperação: “Não há um remédio perfeito para a recuperação, mas utilizamos analgésicos, anti-inflamatórios e medicamentos que melhoram a circulação”, comenta o cirurgião. Além disso, a contenção elástica é uma ferramenta fundamental para reduzir o edema e melhorar a recuperação.