A busca por sustentabilidade mobiliza o poder público a buscar medidas que deixem de prejudicar o meio ambiente e favoreçam o desenvolvimento sustentável. Uma das ações adotadas foi a substituição das antigas luminárias a vapor de sódio dos postes dos centros urbanos por LED, tecnologia sustentável e que garante economia aos cofres públicos. Porém, assim como abordado pelo RD, a iluminação excessiva pode prejudicar a vida de pets que buscam manter as suas naturezas.

Ao RDtv, o médico veterinário em Rio Grande da Serra, Jefferson Vilela, comenta sobre o impacto da má aplicação das lâmpadas de LED nos centros urbanos, e como essa atividade prejudica a vida de pets como cachorros e gatos, mas também atrai animais de fora da cidade para as ruas.
“A luz é um atrativo para todos os animais, desde os diurnos aos noturnos. Fatores como desmatamento e construções urbanas desordenadas tiram o animal do conforto, fazendo-o se locomover da floresta para a cidade e prejudicando a rotina dos animais domésticos”, diz.
A alta luminosidade provocada pelos LEDs desencadeiam uma série de disfunções entre os animais, desde os mais exóticos como aves, até os mais convencionais, como cães e gatos. No caso das aves, o excesso de luz causa disfunção nas glândulas pituitárias, promovendo maior produção de ovos, que por sua vez traz enfraquecimento de cálcio e até óbito em alguns casos. Já com gatos e cães, surgem problemas endocrinólogos (diabetes mellitus, hipotireoidismo, hipertireoidismo, hiperadrenocorticismo e hipoadrenocorticismo), aumento de estresse e convulsões.
Para Vilela, cabe ao poder público intervir e buscar soluções mais viáveis de implementar a sustentabilidade nas vias urbanas de modo que não prejudique a vida dos animais. Porém, o especialista afirma que as prefeituras da região não demonstram interesse com a causa. “A realidade é que o pessoal que fica no ar condicionado não sabe o que acontece na rua e cria ideias que não somam em anda. A implantação dos LEDs foi algo ótimo, porém não houve interesse em se preocupar com o impacto que essa aplicação causaria nos animais”.
O veterinário comenta que órgãos como o CFMV (Conselho Federal de Medicina Veterinária) promovem estudos e debates sobre o bem-estar animal nos centros urbanos mas que, devido a falta de visibilidade e interesse, os projetos não vão para frente e tira a causa dos principais tópicos sobre meio ambiente na região.
“Até existem alternativas para levar a tecnologia às cidades, mesmo que exija muito estudo geológico de cada município. Acima de tudo, temos que respeitar o espaço do animal silvestre, que só vai para a cidade por causa do desmatamento, conscientizar as pessoas e mostrar ao poder público a importância de se preocupar com a pauta”, comenta Vilela.