Dentre as opções para buscar renda, virar MEI (Microempreendedor Individual) se tornou uma escolha entre os brasileiros desde a pandemia, seja para abrir o próprio negócio ou atuar como freelancer. Levantamento feito pelo RD mostra que a categoria no ABC cresceu entre janeiro e junho deste 4,8% em relação ao primeiro semestre de 2023. Atualmente a região conta com 250.426 MEIs ativos.
São Caetano lidera com o aumento de 26,7%, agora com 16.139 MEIs ativos, seguida por Rio Grande da Serra com o crescimento de 7,4% (3.565), Mauá com 6,3%, (35.519) e Diadema com 5,8% (37.625). 58,8
Apesar de possuir elevado número de MEIs ativos, Santo André apresentou aumento de apenas 4,7% neste semestre, agora com 70.339 registros. São Bernardo, que mais possui microempreendedores individuais ativos, conta agora com 77.054, um aumento 4,3% no período. Ribeirão Pires fecha a lista com a crescente de 3,6% e possui agora 10.185 MEIs.
Em 2023, os micro e pequenos negócios foram responsáveis por 81,38% do total de empregos com carteira assinada no território paulista, conforme levantamento do Sebrae com base em dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).
Movimentação entre CNPJ e MEI
Apesar de a região revelar um aumento no número de MEIs, a situação exige um olhar minucioso para entender os motivos do crescimento dos números e as reais condições de manter um CNPJ. O economista, professor e pesquisador Sandro Maskio comenta que quando olhamos para os números, há uma diferença importante que precisamos observar que é o número de MEIs realmente ativos, pois às vezes o indivíduo abre a inscrição de CNPJ como MEI, exerce em um determinado período, logo arruma outra opção e o CNPJ permanece aberto. “Esse fator está atrelado ao aumento de MEIs pós-pandemia, que dificulta a conta de quantos microempreendedores individuais de fato estão ativos”, afirma.
Em relação ao crescimento dos números, Maskio comenta que a dificuldade na inserção no mercado de trabalho promoveu uma busca maior pelo empreendedorismo, que surgiu como uma oportunidade de trabalho e interesse no olhar de quem não encontrava uma vaga ideal. “Se encontrando dentro do valor de faturamento anual e das atividades possíveis, o MEI se torna uma opção vantajosa. Tem outros critérios, mas dentro dessas condições já surge como uma oportunidade interessante”, diz o economista.