Voluntários de paróquias relatam trabalho em quermesses de Santo André

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Comidas típicas, barracas de brincadeiras, músicas e religiosidade. Esses são alguns dos elementos das quermesses, que satisfazem os fãs e traduzem o esforço de quem está por trás do evento, que são os voluntários. O RD conversou com voluntários de quermesses em paróquias do ABC para entender a importância e os desafios do trabalho que realizam com as equipes.

Anderson Cordeiro, coordenador há dois anos na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Santo André, diz que sempre sentiu uma vocação para o trabalho social. “Sempre fui uma pessoa muito dinâmica e comunicativa e para tal função seria fundamental alguém com esse perfil, que fosse uma ponte entre todos os voluntários que auxiliam nas festas paroquiais”, conta.

Para fazer a festa acontecer, Cordeiro delega entre os voluntários, representantes em cada barraca para se responsabilizar por cada demanda e manter tudo organizado. São necessários cerca de 2 meses de preparação para a quermesse. A partir de uma reunião, são decididas as iguarias que serão vendidas, como milho, curral, canjica, vinho quente, quentão e o tão famoso chá do padre.

“Me sinto realizado ao ver o rostinho de uma criança saindo feliz após conquistar seu prêmio, após algum visitante elogiar as comidas típicas que estão à venda. Falo realizado, pois tudo é feito com muito amor e carinho para acolher o próximo, e todo o lucro é revestido para a reforma e manutenção de nossa paróquia”, relata Cordeiro.

Paróquia Santa Rita De Cássia

Desde 2022, o coordenador de festas da Paróquia Santa Rita De Cássia, em Santo André, Elcon Otero, comenta sobre suas motivações de fazer parte das cerimônias da igreja. “Fatores que me fizeram me tornar coordenador envolve ajudar a paróquia no que precisasse e tentar alterar o estigma que festas são somente a parte da bagunça, para mostrar Deus para as pessoas através da nossa alegria, das comidas e bebidas realizadas com todo amor e carinho e mostrar que para cada coisa tem um tempo, e na igreja não é diferente”, diz.

Para a parte prática, a paróquia inicia os preparativos para a quermesse um mês antes, porém a parte administrativa que são as cotações prévias para pesquisa financeira, levantamento de necessidades, arrecadações, começam em fevereiro. Otero e mais uma coordenadora são responsáveis pelas decisões.

Otero conta com a colaboração dos voluntários que auxiliam na montagem da quermesse. Explica que é feito um levantamento do que tem vendido mais nas edições anteriores para repetir na próxima, além de implantar novas comidas e brincadeiras para inovar. “Me sinto extremamente grato em poder ajudar 1% aquilo que Deus sempre nos proporciona, pois às vezes é muito fácil ajudarmos financeiramente aquilo que é preciso, porém há algo muito mais valioso do que dinheiro e que hoje tenho certeza que faz muita falta a Deus que é o tempo das pessoas, a dedicação e amor de todos e isso não há dinheiro que pague”, comenta.

Voluntários que fazem a festa acontecer

Ser voluntário em qualquer serviço que seja, exige empatia e conexão com a causa, como em ONGs que atuam no acolhimento de animais ou de pessoas em situação de vulnerabilidade. Em uma paróquia não é diferente, ainda mais por envolver diretamente a fé e religiosidade das pessoas que ali estão.

Voluntário desde 1980, Valdir Del Rey participa das ações da Catedral de Nossa Senhora do Carmo, em Santo André. “A motivação principal é ser como um dos membros de uma família, no caso a Comunidade Paroquial da Igreja e assumir tarefas que levam a todos a terem objetivos em comum”, comenta.

Para Del Rey, a quermesse traz tanto benefícios materiais como os de congregar e beneficiar o relacionamento entre os participantes da comunidade. Segundo ele, a doação do tempo e do trabalho faz sentir o mesmo que ter cumprido a missão.

Beatriz Silva, que atua com Cordeiro na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, reforça a fala de Del Rey e diz que sempre tive vontade de ajudar a paróquia que frequenta. ‘E estar principalmente com os meus amigos”, completa. Voluntária há três anos, Beatriz conta que se sente realizada em ajudar a igreja, especialmente pelo ambiente agradável.