ABC - quinta-feira , 2 de maio de 2024

Parcimônia nos EUA por temor com juros e minério impedem alta do Ibovespa

Em queda desde cedo, o Ibovespa acelerou a baixa há instantes perto do fim da manhã desta quarta-feira, mesmo com as bolsas norte-americanas mirando alta, após a divulgação do índice de gerentes de compras (PMI) do setor de serviços dos EUA medido pelo Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês. Houve queda a 51,4 em março, ante previsão de 52,5. Antes, havia saído o mesmo indicador, só que da S&P Global, que ficou também acima de 50, zona de expansão.

Os investidores ainda monitoram o recuo do minério de ferro, de 2,53% em Dalian, na China, e eventuais mudanças na Petrobras. Além disso, apesar da leve alta em NY, os mercados mantêm a cautela, antes do discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) Jerome Powell, à tarde, na tentativa de encontrar Sinai de política monetária.

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“O fato de os PMIs continuarem em expansão começa a assustar em relação a quando o Fed começará a cortar os juros. E vemos pressão no dólar, nos juros, trazendo risco ao Ibovespa, que pode romper o suporte dos 126 mil pontos”, avalia Diego Faust, operador de renda variável da Manchester Investimentos.

Ainda nos EUA, foi divulgada a pesquisa ADP de emprego. O setor privado dos EUA criou 184 mil empregos em março, acima do previsão, de 150 mil. Além disso, o dado de fevereiro foi revisado de 140 mil para 155 mil postos gerados. Os resultados podem elevar a dúvidas quanto ao início da queda dos juros americanos e ser um prenúncio de que o relatório do mercado de trabalho de março virá forte. O payroll sairá na sexta-feira.

Em meio a dados fortes de atividade, Monica Araujo, estrategista de Renda Variável da InvestSmart XP, reforça que fica a incógnita sobre o início da queda dos juros nos EUA. “Isso cria instabilidade, caso seja postergada. O dólar forte causa desequilíbrio, os juros futuros altos, e isso pode levar os bancos centrais a adotarem suas próprias trajetórias”, diz.

Ao mesmo tempo, o mercado avalia a fraqueza da atividade brasileira em fevereiro ante janeiro, medida pela produção industrial. Hoje, em evento, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, fez questão de sublinhar que a resiliência em preços de serviços no mundo, não significa que o processo de desinflação esteja interrompido.

Ainda ficam no radar questões fiscais. “Incertezas fiscais seguem elevadas com a possibilidade nas metas de resultado primário deste ano e do próximo”, descreve em nota a MCM Consultores. Ontem, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, reconheceu que as alternativas para aumentar as receitas do governo já estão se “exaurindo”.

Os rendimentos dos Treasuries avançam, bem o dólar, o que se reflete principalmente no câmbio e nos juros futuros.

Ontem, o Ibovespa fechou em alta de 0,44%, aos 127.548,52 pontos.

Às 11h38, o Ibovespa caía 1,05%, aos 126.213,94 pontos, após ceder 1,07%, na mínima aos 126.181,37 pontos. Na máxima, atingiu 127.551,93 pontos, com variação zero. Vale caía 1,89% e Petrobras perdia 0,49% (PN) e -0,73% (ON).

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