O prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), não esconde sua decepção com aqueles que deixaram o seu grupo político para apoiar a pré-candidatura de Luiz Zacarias (PL). Ao RDtv desta terça-feira (02/04), o tucano deixou claro que vai manter a “calma e paciência” para escolher quem representará seu legado nas urnas. E considera que tem responsabilidade com a cidade e por isso não apoiará um projeto de “continuidade da Série B”.
Ao ser questionado sobre os últimos acontecimentos ligados à Zacarias, Serra iniciou sua resposta relatando a necessidade de um trabalho coletivo para realizar a gestão e que o grupo que segue em seu apoio entende esse recado, e por consequência sabe aguardar uma decisão futura sobre a sucessão.
“Ninguém está preocupado com política, não é o momento ainda. Então, eu digo que quem ama a cidade para valer e ama a cidade mais do que ama a política ou a politicagem, continua na mesma toada: trabalhando, produzindo. Vamos ter agora as inaugurações, as entregas, mas a equipe está fechada nisso”, inicia o prefeito.
Paulo Serra reafirma que respeita a decisão daqueles que preferiram um outro caminho neste momento, mas voltou a reforçar que tais movimentos individuais não poderiam ser maiores que os coletivos. Além disso, reforçou que a escolha para o representante de seu grupo será realizada “no momento certo”.
“Vamos anunciar um produto desse grupo, desse time que para a grande maioria da cidade tem dado certo. É muito fácil chegar lá e falar que não tinha condição de ser o escolhido, mas quero dar continuidade. Então, continuidade da Série B também não podemos aceitar e temos que ter essa responsabilidade com a cidade”, seguiu.
A fala sobre “a condição de ser escolhido” tem como referência a justificativa de Luiz Zacarias em antecipar sua pré-candidatura. O vice-prefeito alegou que não contava com o apoio de Paulo Serra para representar o grupo e por isso resolveu atender ao processo que ocorreria em 2016, quando seria candidato ao comando do Paço, mas resolveu apoiar Paulo Serra para a disputa.
“Muitas vezes vejo que Santo André é um avião que estava no chão. Conseguimos decolar esse avião e eu pilotando. Chegamos na velocidade de cruzeiro. Toda a família andreense está embarcada nesse avião e não dá para a gente entregar o comando desse avião, a pilotagem desse avião para quem nunca pilotou um Teco Teco. Correndo o risco desse avião cair e derrubar de novo, como estávamos em 2017”, continua Serra.
Por diversos momentos, Serra ressaltou a necessidade de escolher alguém preparado para uma gestão e de seguir o plano estabelecido nos últimos oito anos. Por fim, fez críticas a outros nomes que fizeram parte de seu mandato em algum setor, mas que também migraram para a base de Zacarias.
“Por um lado, eu lamento (as saídas), mas como dizem muitas pessoas, pode ser um livramento em alguns aspectos, porque tem alguns quadros também que acabam se juntando ali e que nunca pensaram na cidade. Inclusive, nós vemos isso nas entrevistas. Só se fala de partidos, de política, de acordo político e ninguém fala da cidade”, concluiu.