Após 20 anos de luta da comunidade LGBTQIA+, Santo André iniciou pesquisas e discussões para a criação de uma coordenadoria da diversidade, que deverá ampliar e incentivar a aplicação de políticas públicas voltadas, não apenas para a população LGBT, mas para a população quilombola, pessoas com deficiência e até moradores de rua.
Em entrevista ao RDtv, o assessor da Unidade de Assuntos Institucionais e Comunitários de Santo André, Marcelo Gil, afirma que a implantação da coordenadoria possibilita uma interação maior entre as demandas da população com as secretarias da cidade. “Esse órgão deverá ampliar a criação de políticas públicas efetivas de uma maneira transversal, onde poderá haver discussões com a educação, cultura e saúde para incluir essa população nas ações do município, já que muitas vezes esses grupos foram e são deixados de lado”, diz.
Gil destaca que apesar de ainda haver muito a ser feito em ações voltadas a população LGBT em Santo André, alguns avanços devem ser reconhecidos. “A população trans é uma das mais esquecidas pelo poder público, mas a inclusão de um ambulatório trans dentro do Poupatempo da Saúde que atende exclusivamente pessoas com variabilidade de gênero e, além disso, alguns CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) já realizam ações voltadas para a diversidade”, comenta.
Demandas da comunidade
O assessor acrescenta que uma das maiores demandas atuais da comunidade LGBT é a questão de empregabilidade para pessoas trans e não binárias. “Em muitos casos, as pessoas trans são colocadas em cargos baixos, mas o que queremos é ver essas pessoas em grandes cargos, representando a população trans que existe na cidade. Já conseguimos perceber essas mudanças quando o assunto é orientação sexual, mas é necessário que a mudança em relação a empregabilidade também seja aplicada para mulheres, homens trans e pessoas não binárias”, reforça.