O GT (Grupo de Trabalho) Saúde, do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, se reunirá nesta semana para definir se a região vai ou não decretar estado de emergência por causa do aumento do número de casos de Dengue. A preocupação com a curva de crescimento de novos casos preocupa os prefeitos. O prefeito de Diadema e presidente da entidade regional, José de Filippi Jr. (PT), confirmou nesta segunda-feira (18/03), a segunda morte na região, a primeira em território diademense.
“Felizmente temos poucas mortes, mas o nível de incidência se elevou. Tem a situação do calor, da (alta) temperatura, isso cria a condição de proliferação do mosquito. Entre amanhã (terça, 19/03) e quarta-feira (20/03), vai ser com certa urgência, o GT Saúde vai se reunir e dar a fundamentação. Muito provavelmente vai ser decretada a emergência”, disse Filippi após a Assembleia de Prefeitos.
A ideia sobre o decreto de emergência ocorre no mesmo dia em que o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), assinou tal documento. A Capital alcançou a marca de 414 casos para cada 100 mil habitantes. Segundo o critério da OMS (Organização Mundial da Saúde), o cenário de endemia ocorre quanto há 300 casos para cada 100 mil habitantes. Até o momento foram 11 óbitos em São Paulo.
Segundo o painel de monitoramento sobre a Dengue, do Governo do Estado de São Paulo, até a semana passada a região tinha 9.895 notificações, com 3.792 casos confirmados. Três óbitos estavam em investigação sobre a causa.
Outro ponto para que o decreto de emergência seja aplicado no ABC é a possibilidade de receber aportes financeiros através do Ministério da Saúde. Ainda não há uma expectativa sobre o quanto as cinco cidades consorciadas poderiam receber de valores para investir no combate à Dengue. Filippi estimou que Diadema poderia receber um pouco mais de R$ 700 mil e Mauá um pouco mais de R$ 800 mil.
Caso o decreto seja emitido nesta semana, a região volta a ter em seu sistema de saúde ações próximas ao que ocorreram durante a pandemia do Covid-19. Os municípios poderão realizar compras de medicamentos e insumos, além da contratação de pessoal, sem a necessidade de licitação, conforme a Lei Federal 14.133/2021. Doações podem ser recebidas com menor burocracia. Além da ajuda federal para reforçar o combate aos focos do mosquito, algo que o Consórcio ABC quer manter.