Com novas regras, mercado de duplicatas prevê salto trilionário no Brasil

O mercado de duplicatas no Brasil tem se adaptado às novas regras impostas pelo Banco Central (BC) desde setembro do ano passado. As operações com duplicatas escriturais e recebíveis mercantis se tornaram mais ágeis, principalmente com a inclusão de mais tecnologias a partir da inteligência de dados. Especialistas apresentaram os novos pontos durante o RD Momento Econômico – Debate desta sexta-feira (08/03) e o que muda na vida de empresários, consumidores e do sistema financeiro.

Segundo o diretor de Tecnologia, Inovação e Dados da SPC Grafeno, Tiago Leocadio, a ideia das novas regras é impedir que ocorram dúvidas sobre a origem das duplicatas, usando assim a tecnologia para confirmar não apenas a sua autenticidade, mas também colocando tal documento em um cenário de confiança, o que pode gerar uma menor taxa de juros.

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“A grande mudança e o grande impacto da tecnologia é trazer mais segurança para o sistema. Tudo isso acontecia antigamente na base da confiança. A pessoa tinha um instrumento de crédito, tinha um valor a receber ou muitas vezes não tinha, mas precisava de um dinheiro para fomentar o comércio dele e fazer alguns investimentos.”, inicia Tiago que aponta que tudo que era feito de maneira artesanal passou a ser realizado com mais facilidade pelas registradoras, como a SPC Grafeno.

Alexandre Damásio e Tiago Leocadio apontaram que as novas regras e tecnologias também podem reduzir a dependência das maquininhas de cartão nos negócios (Foto: Reprodução/RDtv)

“O papel da registradora hoje é como se fosse um centralizador da informação. Você dá um selo que é o que fazemos hoje como órgão registrado e homologado pelo Banco Central. Além do ter um título para ser trocado, o papel da registradora é dar um lastro de garantia, dizendo que ‘isso aqui existe, ele é forte para o credor’.”, explica o especialista.

A expectativa no mercado financeiro é que com as novas tecnologias, aliadas a nova legislação, o número de duplicatas escrituradas por ano possa ficar entre 500 milhões e 1 trilhão. O movimento financeiro estimado fica entre R$ 11 trilhões e R$ 15 trilhões. Como comparativo, o valor do orçamento estimado para o Governo Federal em 2024 é de R$ 5,5 trilhões.

“Isso tudo dá liberdade, junto com uma série de outros instrumentos do Open Banking, para que sejamos menos sequestrados pelo sistema financeiro. O dinheiro é meu e eu consigo entender que eu tenho muita gente que quer o meu empréstimo, quer a minha conta. Eu acho que essa é a tônica da mudança”, aponta Alexandre Damásio, presidente da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) de São Caetano.

No caso específico da SPC Grafeno, há um trabalho que também associa toda a movimentação financeira, desde a emissão da nota fiscal até a consolidação do crédito. E levando em conta o banco de dados de pessoas físicas e jurídicas, já existe a possibilidade de transformar esses dados em informações que possam auxiliar na leitura de como está a economia em uma determinada cidade, região, estado ou mesmo em todo o território nacional.

Tal fato, segundo Damásio, pode facilitar ainda mais o entendimento do ABC, por exemplo, em como entender suas mudanças de matrizes industriais e seu futuro econômico.

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