Começa no sábado (09/03) a 11ª edição do curso Formação no Ensino da Cultura Afro-Brasileira e Africana, promovido pelo Fórum de Promoção da Igualdade Racial Benedita da Silva em parceria com a CREPPIR (Coordenadoria de Política de Promoção da Igualdade Racial) de Diadema. Ao RDtv, Acácio Almeida Santos, doutor em Sociologia, pós-doutorado em Saúde Pública e docente na UFABC (Universidade Federal do ABC), responsável pelo curso, comenta sobre a importância de ações educacionais no combate ao racismo.
Graças a Lei nº 10.639/03, que alterou a LDB (Lei de Diretrizes e Bases), que promove a inclusão das culturas, história africanas e afro-brasileira na grade das escolas estaduais, a formação de professores e alunos sugere uma nova perspectiva a respeito da pessoa negra em sociedade. “Apesar de ações e projetos para combater o racismo, ainda temos a necessidade de reconhecer o papel do negro no País. Porém, o que temos são dados preocupantes, que constam pessoas negras como as mais atingidas pelo difícil acesso a saúde e educação de qualidade, por exemplo”, explica Acácio.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a população brasileira consiste em 45,3% que se considera parda, 43,5% branca, 10,2% preta, 0,8% indígenas e 0,4% amarela. Com a apuração feita através do Censo 2022, foi constatado que a população preta cresceu 42,3% na última década, e passou a ser 20,7 milhões de pessoas, ou 10,2% da população, ante 7,6% em 2010. Os pardos também cresceram, representando 92,1 milhões de pessoas, 45,3% da população, com o crescimento de 2,2% em comparação a 2010.
“Para que a política mude como um todo, é necessário que a lei que obriga a inclusão das culturas, história africanas e afro-brasileira nas grades escolares sejam aplicadas em todas as escolas estaduais, o que sabemos que não acontece”, comenta Acácio, que pede, em pleno ano de eleições municipais, que o fator seja um ponto a ser questionado aos candidatos de cada cidade. “Ainda há muito a ser feito. Precisamos entender que alguns avanços como o aumento de negros nas universidades é acompanhado do aumento de negros nas penitenciárias. Ou seja, temos que entender como reconhecer a pessoa negra em sociedade”.
Formação no Ensino da Cultura Afro-Brasileira e Africana
O curso gratuito “Formação no Ensino da Cultura Afro-Brasileira e Africana” é aberto ao público em geral que tenha interesse em somar nas lutas e no enfrentamento do racismo, de ampliar conhecimento sobre a história e a realidade do movimento negro brasileiro. O curso ocorre de março a junho, sempre às 9h, com aulas presenciais na Câmara Municipal de Diadema. As inscrições devem ser feitas pelo link docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLScScJr2zNz3fG818x6jO6o2CotreIi7pHSqUsozhNKFGXqzvw/viewform?vc=0&c=0&w=1&flr=0. Outras informações pelo telefone 4051-1210 (ramal Coordenadorias).