Jovem adulto corresponde a maioria das vítimas de dengue, diz especialista

Dados divulgados pelo Ministério da Saúde nesta quinta-feira (29/02), indicam que o Brasil atingiu a marca de 1 milhão de casos (prováveis e confirmados) de dengue somente nos dois primeiros meses de 2024. Para entender como o mosquito transmissor Aedes aegypti age e as proporções de casos no ABC, a médica infectologista do Hospital Brasil Santo André, Andrea Marques, comenta o assunto no RDtv.

Por atuar na linha de frente do Hospital e Maternidade Brasil, da Rede D’Or, em Santo André, Andrea enxerga de perto o aumento dos casos de dengue que chegam ao consultório. “Percebi que principalmente entre o fim de janeiro e o começo de fevereiro foi registrado um aumento significativo tanto nas suspeitas quanto nos casos confirmados de dengue”, afirma. Segundo ela, o perfil mais atingido pela epidemia são jovens adultos, que correspondem a faixa etária entre 19 e 24 anos, isso porquê são pessoas que tendem a sair mais, portanto, são mais vulneráveis a se aproximar de pontos de foco do mosquito.

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(Foto: Reprodução/RDtv)

Com o avanço dos casos de dengue, devem tomar cuidado as pessoas que se enquadram nas “populações de risco”, isso é, as que já foram atingidas pela dengue e são mais suscetíveis a serem contaminadas outras vezes e as grávidas, que devido às condições hormonais alteradas pela gravidez podem dificultar o diagnóstico precoce da dengue. Além desses dois casos, crianças também apresentam maior facilidade em serem picadas pelo Aedes aegypti e desenvolver a doença, pois seus sintomas são diferentes do que a de um adulto contaminado.

Sintomas

De acordo com a médica, a febre é um dos principais sintomas da dengue. A especialista explica que em casos de mais de um dia com febre acima de 38°C, o paciente deve se direcionar imediatamente para o posto médico mais próximo para realizar o tratamento precoce. “Indicamos essa medida pois há ainda doenças como a covid-19 e Influenza que podem complicar ainda mais o diagnóstico, por isso que o quanto antes o paciente buscar um posto médico, melhor”, diz.

Devido aos altos índices de casos, surgiu uma demanda grande em relação a repelentes, que atuam de frente no combate a insetos. Segundo levantamento da Afya, empresa que compara preços de medicamentos e produtos farmacêuticos, a busca por repelentes disparou nos últimos meses, atingindo o maior nível dos últimos 5 anos. Andrea recomenda fortemente a utilização do produto em combate ao Aedes aegypti, e dá dicas de como utilizar da melhor maneira: repassar a cada duas horas; utilizar após passar qualquer creme ou protetor solar no corpo para não perder o efeito; em caso de crianças menores 2 anos, utilizar repelente específico para a faixa etária e testar produtos de diferentes marcas para encontrar o que mais agrada. Apesar de não ter comprovação cientifica, ela cita técnicas caseiras com o uso de citronela como uma das maneiras econômicas de prevenção.

O aumento do número de casos de dengue – que acontece desde o fim de 2023 – alerta especialistas para possíveis erros cometidos em comunidades e que favorecem a proliferação do mosquito. Andrea é clara e objetiva ao explicar que o principal problema nesta situação são os focos de água parada que favorecem o nascimento do Aedes aegypti. “As pessoas sabem tudo sobre como o mosquito nasce e age, mas não fazem nada. Precisamos aprender a não ser reativos, e sim preventivos”, comenta.

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