O presidente da Câmara de Mauá, Geovane Corrêa (PT), pediu afastamento do cargo nesta quinta-feira (29/02). O período será de 31 dias e servirá para que o petista realize sua defesa em relação às denúncias sobre uma suposta participação em um caso de pedofilia. O petista nega qualquer crime e afirma que foi vítima de extorsão. O parlamentar também vai processar todos aqueles que realizaram qualquer tipo de afirmação difamatória sobre o assunto.
A informação foi divulgada primeiramente pelo portal ABCD Jornal e confirmada pelo RD momentos depois. A reportagem entrou em contato com Geovane em busca de um posicionamento sobre o afastamento e o petista se pronunciou através de uma nota.
“De início, quero agradecer todo o apoio e solidariedade do povo mauaense diante dos ataques e fake news que venho sofrendo nas últimas semanas. Quero esclarecer que em 2021 o meu celular foi hackeado por criminosos, os quais tentaram me extorquir naquela época onde registrei B.O. (Boletim de Ocorrência), e recentemente divulgaram conteúdo íntimo e pessoal em grupos de internet”, iniciou o petista.
“Ocorre que adversários e inimigos políticos sem qualquer tipo de escrúpulo ou caráter utilizaram de tal conteúdo privado para criar uma narrativa caluniosa e difamatória, me imputando falsamente e dolosamente, algo tipificado como crime e que jamais cometeria”, segue o vereador licenciado.
“Informe que me licenciarei das minhas atividades por 31 dias para tomar as providências jurídicas pertinentes contra todos aqueles que divulgaram falsamente tias fatos, bem como todos os criminosos que estão se beneficiando dessa mentira”, continua.
“Minha carreira política é pautada pela lealdade às instituições, moralidade e acima de tudo busca pelo bem-estar social do povo mauaense e tais criminosos, inclusive alguns deles que são políticos e que foram presos em flagrante por roubar dinheiro da merenda, responderão por toda a divulgação criminosa que foi realizada”, concluiu.
O pedido de afastamento ocorre 10 dias após a abertura de inquérito para investigar a denúncia que chegaram às mãos do Ministério Público pelo vereador e pré-candidato a prefeito, Sargento Simões (PL). O oposicionista, em sessão realizada na semana passada, chegou a pedir que Corrêa se afastasse do cargo até o final da investigação, algo que a princípio não foi atendido.
Na mesma sessão ordinária, Geovane também deixou clara sua irritação diante das falas feitas pelo deputado estadual Atila Jacomussi (Solidariedade) sobre o caso. O final da nota tem referência as duas prisões que Atila sofreu em 2018 e 2019, após operações da Polícia Federal. Tais fatos geraram o afastamento de Jacomussi da cadeira de prefeito de Mauá e depois sua recondução em setembro de 2019.
Substituição
No lugar de Geovane Corrêa entra a suplente Cida Maia (PT), que já foi chamada para assumir a cadeira na Câmara. A presidência do Legislativo ficará interinamente com Vagner Oliveira Santana, o Vaguinho do Zaíra (PSD).