Questões ambientais podem afetar política monetária e inflação, afirma Campos Neto

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que questões ambientais podem afetar a política monetária e a inflação no País. “Choques climáticos têm uma tendência crescente de instabilidade da inflação e dificultam perspectivas futuras sobre a estabilidade de preços”, disse, durante apresentação do novo hedge cambial.

Campos Neto ressaltou que, nesse sentido, destravar a agenda ambiental é essencial para os formuladores da política monetária brasileira e será como um “cartão postal para atrair investimentos estrangeiros nos próximos anos”.

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E, na visão dele, incentivos governamentais são importantes em projetos de infraestrutura para aliviar os custos de investimentos ecológicos. Estes projetos exigem financiamento em moeda estrangeira, o que encarece o processo especialmente no Brasil, que lida com taxas de juros elevadas e um amplo diferencial de juros em comparação aos outros países.

No entanto, ele destacou que o BC não está diretamente envolvido no novo hedge cambial, funcionando como “apenas parte do processo” para facilitar o envio de investimentos por meio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

O BC se concentrará em atuar como contraparte, ao tomar riscos de crédito e cambiais, descreveu o presidente, mitigando riscos financeiros e garantindo a efetividade dos recursos. “O nosso objetivo é reduzir o custo do hedge cambial no longo prazo, não temos intenção de controlar a volatilidade ou o câmbio em si”, enfatizou.

Assim, o swap cambial será expandido entre 12 a 18 meses na modalidade para investimentos ecológicos do novo hedge. “Também não temos operação sendo estudada que inclua o uso de reservas internacionais”, afirmou Campos Neto.

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