Os dados sobre os domicílios brasileiros divulgados nesta sexta-feira (23/02) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) com base nas informações colhidas no Censo de 2022, mostram que as cidades do ABC estão muito próximas dos 100% do fornecimento de água potável, coleta de esgotos e de lixo, o que significaria a universalização dos serviços. Diadema sediou o evento de divulgação da pesquisa, que ocorreu no Teatro Clara Nunes, no Centro da cidade, e também foi destaque na apresentação com os melhores índices dentre as cidades com mais de 200 mil habitantes.
Segundo o técnico da Diretoria de Pesquisas do IBGE, Bruno Mandeli, Diadema é o destaque como o melhor resultado em saneamento dentre as cidades com mais de 200 mil habitantes. “Diadema apresentou a melhor taxa de abastecimento de água e a segunda melhor em esgotamento sanitário. Se a gente olhar os municípios menores há índices mais altos, mas é uma outra realidade, é mais fácil fazer em cidades menores”, avalia.
Diadema tem 99,84% das casas com água encanada, 98,82% dessas casas são servidas por tubulações de esgoto e a coleta de lixo alcança 99,73% dos moradores da cidade.
O prefeito de Diadema e presidente do Consórcio Intermunicipal do ABC, José de Filippi Júnior (PT) destacou as mudanças pelas quais o município passou nas últimas décadas, falou também do trabalho da Sabesp, da extinta autarquia municipal de água, a Saned, e ainda aproveitou para dar um tom político e de crítica ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) que quer privatizar a empresa estatal.
Ao dizer que os dados do Censo vão ajudar a amparar políticas públicas principalmente para a população mais carente, o petista atacou a iniciativa do governador. “Há 40 anos, Diadema tinha 30% da sua população vivendo e favelas com barracos de madeira e agora vendo esses números do saneamento vejo que Diadema já universalizou o saneamento, pois vejo que 99% é praticamente a univerzalização. Isso mostra que o serviço público fez bem a sua lição de casa, então não tem sentido privatizar”, disparou Filippi.
Apesar da aprovação do projeto de desestatização da Sabesp, na Assembleia Legislativa, as câmaras municipais das cidades onde a Sabesp atua, que incluem seis das sete cidades do ABC, terão que discutir a matéria também. Filippi não acredita que as cidades tenham força para reverter a privatização da Sabesp e aproveitou até a presença do deputado federal Eduardo Suplicy (PT) e pediu ajuda. “Nós como prefeitos temos pouco o que fazer”, completou.