Números da covid crescem no ABC com quase 3 mil casos e 5 mortes em 2 meses

Para especialista ainda há quem não se imunize por não confiar em vacinas e esse é um fator que pode contribuir para a alta de casos. (Foto: Angelo Baima/PMSA)

Depois de mais de cinco mil mortes por dia, no período mais grave da pandemia da covid-19, o País vive dias mais tranquilos e sem restrições. Somente no ABC, de 16 de dezembro até esta sexta-feira (16/02) foram registrados oficialmente 2.989 casos, sendo 1.841 deles só nos últimos 30 dias, além de cinco mortes. Os dados são da Secretaria Estadual de Saúde e atualizados diariamente. Enquanto isso, a vacinação é também igualmente esquecida, mesmo com os imunizantes disponíveis nos postos.

De acordo com a secretaria de saúde paulista, o ABC tinha 309.404 casos confirmados de covid-19 desde o início da pandemia até o dia 16 de dezembro de 2023. Número que saltou para 310.552 um mês depois e para 312.393 até esta sexta-feira (16/02). As mortes passaram de 12.519 para 12.524; cinco novas mortes foram computadas nestes dois meses, duas em São Bernardo e três em Santo André. Veja quadro.

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Para a infectologista Elaine Matsuda, ainda há pessoas que resistem em se vacinar, por negacionismo estimulado pela desinformação disseminada em grupos e redes sociais. “O negacionismo ainda existe, é o que eu percebo, por mais que a gente fale que a vacina da covid hoje seja a mais estudada, que os reflexos dela foram vistos, mas ainda há esse discurso de que ela é pouco estudada. Outro dia atendi um casal e indiquei para que fizessem o primeiro reforço com a bivalente e disseram que não iam tomar ainda com a justificativa de que a vacina foi pouco estudada”, lamenta.

Faltam campanhas

Outro fator é que as campanhas são poucas e o fato de menos gente morrer da doença faz com que a população não procure a vacina. “Se comparado com o governo anterior, hoje se fala mais de vacinas do que antes, mas nesse momento vejo que se perdeu um pouco o temor da covid, tem menos gente morrendo, e houve uma seleção natural, quem pegou e não morreu já tem uma certa imunidade, mas essa imunidade, seja pela covid ou pela vacina, não é para sempre, os estudos mostram que os anticorpos decaem. A maioria já tem algum nível de defesa, mas ainda é uma roleta russa, vai ter quem vai pegar e não vai acontecer nada e vai ter quem pega e vai morrer”, diz a médica Elaine Matsuda.

Os números de casos informados pelas prefeituras são bem diferentes daqueles que o Estado disponibiliza na plataforma do CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica). Mesmo assim o que se vê é o crescimento do número de casos.

A Prefeitura de São Bernardo diz que tem desde o início da pandemia o número de 173.553 casos de covid, com 3.914 óbitos. O município informou, em nota que, só esse ano foram confirmados 594 casos. O município aplicou 2.655.242 vacinas contra e a imunização segue com oferta nas 34 Unidades Básicas de Saúde (UBS). “Os testes são aplicados em todos os casos com sintomas de síndromes gripais”, acrescenta a administração.

Em Santo André, os números também são diferentes do Estado. A Prefeitura contabiliza 116.729 casos positivos de covid-19 até fevereiro de 2024, número bem maior do que os 105.791 informados pelo Estado, e 3.028 óbitos, neste caso menor do que os 3.588 da pasta estadual. O paço andreense diz que neste ano já foram 66 casos confirmados de covid, sendo que o período mais crítico de 2024 foi a primeira semana do ano com 28 confirmações da doença. Nota da Prefeitura informa que a vacinação continua em todas as unidades de saúde e que foram aplicadas 2.327.381 doses de 20/01/2021 a 15/02/2024, e que atualmente a média semanal de vacinação é de 2.135 doses.

Progressão

Diadema relata a progressão de casos. Até o dia 05/02 o registro é de 66.196 casos positivos e 1.721 óbitos desde o início da pandemia. O município chama a atenção para o crescimento de forma progressiva dos casos de covid-19. “Em dezembro de 2023, foram confirmados 74 casos de covid-19. Já em janeiro desde ano, foram 219 casos. Nas últimas cinco semanas epidemiológicas, período compreendido de 31 de dezembro a 03 de fevereiro, foram registrados 275 casos, sendo 18 na semana epidemiológica 01/24 (entre os dias 31 de dezembro e 06 de janeiro); 32 casos na semana 02/24 (entre os dias 07 e 13 de janeiro); 41 casos na semana 03/24 (entre 14 e 20 de janeiro); 61 casos na semana 04/24 (entre 21 e 27 de janeiro); e 91 casos na semana 05/24 (entre 28 de janeiro e 03 de fevereiro)”, enumerou a prefeitura em nota.

“É importante ressaltar que a diferença entre o número de casos do mês de janeiro e a das semanas epidemiológicas se dá em razão da inclusão dos dias 31 de dezembro de 2023 e 01, 02 e 03 de fevereiro deste ano. Os primeiros dias de fevereiro (compreendidos na semana 05/24) foram impactados pelo aumento massivo de casos de covid-19, conforme o calendário padrão do Ministério da Saúde”. Em Diadema a vacinação contra covid-19 está disponível para pessoas a partir de seis meses de idade em todas as UBSs e no posto itinerante “Carro da Vacina”, por livre demanda.

São Caetano

Os números da Prefeitura de São Caetano são os que mais se aproximam em relação aos do Estado: 37.946 casos confirmados até 31/01/24, contra 38.831 do Estado até esta sexta-feira (16/02). Quanto às mortes a Prefeitura informa 1.200 e o Estado 1.199. Na cidade, segundo a administração municipal, a semana com maior número de casos neste ano foi a compreendida entre os dias 01 e 07/02, com 51 casos, e nesta conta ainda faltam os números dos hospitais particulares.

Pelas novas diretrizes de vacinação do Ministério da Saúde, São Caetano tem feito, em média, 570 aplicações por semana. Ao todo o município já aplicou 542.704 doses. “Todas as unidades de saúde estão abastecidas com a vacina, para se vacinar não é necessário agendamento. Foi estipulada meta de 90% de cobertura vacinal para Campanha Nacional contra a covid-19, e o município de São Caetano apresenta 93,2%.

Ribeirão Pires informou que só neste ano foram confirmados 24 casos na cidade. Ao todo, desde a chegada do novo coronavírus, foram 17,3 mil casos na cidade, de acordo com a prefeitura e 15.817 segundo o Estado, que computa 409 mortes. O município informa que todas as 10 unidades de saúde municipais estão abastecidas com a vacina.

Rio Grande da Serra informou 3.639 casos confirmados de covid (o Estado divulga 2.444) e 116 mortes (110 segundo a Saúde estadual). A cidade já aplicou 113.305 doses das vacinas e atualmente vacina cerca de 10 pessoas por semana. As vacinas estão disponíveis nos postos.

A prefeitura de Mauá não respondeu. Segundo o governo do Estado a cidade tem 39.232 casos confirmados até o momento e 1.715 óbitos.

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