Desde sexta-feira (09/02) empresas instaladas na rua Antônio Luiz Ferreira, na Vila Carlina, em Mauá, convivem com vazamento de esgoto que sobe por ralos e vasos sanitários e junto com esse material um líquido aparentemente corrosivo que danificou pisos e até parte da produção de uma dessas empresas. A BRK levou quatro dias para atender o chamado e quando veio não conseguia localizar onde estava a rede de esgoto. O problema só foi resolvido no fim da tarde desta quinta-feira (15/02); era obstrução na rede, mas ainda não se sabe que produto químico estava na rede de esgoto ou se ele pode trazer problemas de saúde.
O empresário Adalberto Brizante disse que quanto chegou para trabalhar na sexta-feira encontrou a empresa tomada pela água suja e achou, inicialmente, que era somente esgoto, mas depois notou que se tratava de algum tipo de produto químico que corroeu partes do piso, da calçada e até no asfalto por onde passou deixou marcas. “Quando chegamos percebemos que os esgoto tinha subido pelos vasos sanitários e pelos ralos, mas não era apenas esgoto, era um tipo de fluido de cor verde que comeu a tinta do piso da empresa, tirou até a cor da calçada e deixou marcado até o asfalto, é um produto que comeu a tinta. Alguma empresa química deve ter lançado isso no esgoto e veio sair aqui”, comenta o empresário que teve prejuízos não apenas com o piso, mas com materiais que estavam estocados e acabaram contaminados pela substância estranha.
Brizante conta que até esta quinta-feira (15/02) ele e outras 10 pessoas que trabalham na metalúrgica, a qual dirige, usam um único banheiro, que fica no andar de cima, pois os demais estavam sem condições de uso. O empresário reclama da atenção dada pela BRK Ambiental, empresa responsável pela coleta de esgotos na cidade. “Não vieram na sexta-feira, nem na segunda, nem na terça, só vieram ontem (quarta-feira) só que não achavam onde estava a tubulação de esgoto, quebraram a minha calçada, o asfalto, e foram embora sem achar, somente hoje eles voltaram e quebraram a calçada do outro lado da rua e acharam. Perderam mais de um dia quebrando tudo para achar a rede”, aponta. O empresário disse que está preocupado com a sua saúde e a dos funcionários já que ficaram respirando o cheiro do produto desconhecido por todo esse tempo. Além dos materiais perdidos a empresa ficou sem produzir nada por três dias.
Em nota, a BRK Ambiental disse que a rede estava obstruída. “As principais causas de ocorrências de retornos de esgoto em imóveis são o descarte de resíduos nas tubulações e o lançamento irregular de água de chuva no sistema de esgotamento sanitário. No caso específico da ocorrência questionada, se deu pela rede coletora de esgoto estar obstruída por descarte de resíduos, de origem desconhecida, devido à caixa de inspeção do comércio estar lacrada (por responsabilidade do cliente, que deve manter o acesso às instalações sanitárias para as verificações da BRK)”, justifica.
A empresa de saneamento também diz que vai investigar a origem do produto encontrado na tubulação. “O despejo de produtos químicos no Sistema Público de Esgotamento Sanitário é irregular. Por se tratar de um despejo pontual é ainda necessário investigar a origem e aplicar as sanções cabíveis aos responsáveis”.
A BRK admitiu ainda a dificuldade para encontrar a rede, implantada antes da operação da empresa na cidade e sujeita a alguns desvios por conta do viário ou por falha nos registros feitos por empresas que a antecederam no serviço. “A existência da infraestrutura instalada pode ter variações no posicionamento em função de possíveis alterações nos arruamentos, alinhamentos prediais, recapeamentos, movimentações de solo entre outras ações promovidas pelo poder público municipal. Além disso, nem todas as redes operadas atualmente foram implantadas pela BRK, podendo ocorrer dificuldades de localização do posicionamento correto por falhas nos reportes de cadastros de redes de operadores anteriores. Assim, na localização dessas redes, podem ocorrer intervenções pontuais com escavações e sondagens, cujo conserto é realizado em ato contínuo à conclusão dos serviços”.
O RD também perguntou à BRK sobre indenizações quanto a bens materiais e perdas das empresas e sobre a saúde dos trabalhadores. “A BRK segue procedimentos estabelecidos para o ressarcimento em casos de danos produzidos por eventos relacionados à prestação de serviços da empresa e de sua responsabilidade, sendo necessário, para tanto, que o cliente nos acione através do atendimento presencial, localizado no Poupatempo em Mauá. Lá, serão solicitadas as documentações e comprovações dos danos para investigação e análise do pedido. Até o momento, a concessionária não foi acionada. Caso haja qualquer intercorrência relacionada à prestação de serviços da BRK, toda assistência necessária será proporcionada aos envolvidos. Até o momento, a empresa não foi acionada sobre qualquer ocorrência relacionada ao sistema público de esgotamento sanitário da região”, completa a empresa.
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