FMI vê desequilíbrios em ajuste no mercado imobiliário da China, mas Pequim na rota certa

O Fundo Monetário Internacional (FMI) avalia que as autoridades da China “têm adotado ações resolutas” para lidar com riscos vindos do setor imobiliário do país, desde o início da pandemia. O desafio, para o Fundo, é garantir uma transição suave para um setor menor e mais sustentável, em meio a problemas financeiros não solucionados entre incorporadoras, com menor confiança dos compradores de residências e um quadro de grandes estoques e demanda estruturalmente em queda.

O FMI considera que as autoridades de Pequim “têm adotado ação resoluta” para enfrentar o quadro, mas isso resulta até agora em um ajuste “irregular”, movido sobretudo por fortes recuos nas vendas de casas, não em seus preços.

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A avaliação está em relatório do Fundo sobre questões selecionadas do país asiático, preparado pelo seu staff.

O FMI diz que o principal desafio para a China é uma transição suave para um setor imobiliário menor e mais sustentável, em um contexto de estresses financeiros não resolvidos entre incorporadoras, menor confiança dos compradores de residências, além de um contexto de grandes estoques e declínio estruturalmente em queda, por questões demográficas por exemplo.

O FMI considera que as prioridades na política devem ser acelerar a resolução de desequilíbrios subjacentes do lado da oferta, “sobretudo reestruturar incorporadoras não viáveis”; apoiar a redução dos riscos entre as incorporadoras que sobrevivam ao processo; e adotar medidas para conter o aumento de riscos no mercado imobiliário.

Segundo o FMI, pode haver algum impulso na demanda no mercado imobiliário chinês, mas ela deve seguir abaixo da década anterior, por exemplo.

O Fundo vê ainda “muita incerteza” sobre qual será a trajetória dos preços das residências no país, e sugere medidas como reduzir de modo estrutural a demanda especulativa no setor.

Planos oficiais de venda de moradia pública também seriam em geral positivos para a atividade de construção, porém elevariam a necessidade de um ajuste no mercado privado, advertem.

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