Quase 7 mil crianças do ABC estão acima do peso recomendado pela OMS

Uma a cada três crianças, de até 12 anos, está acima do peso no Brasil (Foto: Reprodução)

Por conta da pandemia e da popularização das entregas de comida, o cuidado com a alimentação foi substituído pela praticidade das comidas processadas, o que afetou no peso da população, em especial das crianças. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam que no Brasil, uma a cada três crianças, de até 12 anos, está acima do peso. No ABC, pelo menos 6.815 crianças estão acima do peso recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde), com exceção de Mauá, Rio Grande da Serra e Ribeirão Pires, que não divulgaram os dados.

Segundo dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional  (Sisvan) de Santo André, em 2023, de 7.044 crianças avaliadas, foi identificado entre os menores de 5 anos, que 6,57% (462) apresentaram peso elevado para a idade e entre as crianças com idade de 5 a 10 anos, 33,97% (2.393) apresentaram excesso de peso.

Newsletter RD

Já em São Bernardo, das 7.270 crianças atendidas nas UBS (unidades básicas de saúde), Programa de Saúde na Escola (PSE) e no Ambulatório Nutricional, 16% (1.163) estão com peso elevado para a idade.

São Caetano possui 8.993 crianças entre 4 e 10 anos de idade e, no ano passado, 48 crianças entre 4 e 10 anos de idade foram atendidas nas unidades especializadas USCA (Unidade de Saúde da Criança e do Adolescente) e CTNEN (Centro de Triagem Neonatal e Estimulação neurossensorial) por apresentarem excesso de peso.

Diadema conta com 2.733 crianças de cinco a 10 anos de idade com sobrepeso e/ou obesidade. Informa que realiza o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento das crianças nas Unidades Básicas de Saúde de Diadema, que adotam a Estratégia de Saúde da Família (ESF) e trabalham com equipes multiprofissionais e, quando há necessidade, são encaminhadas para especialidades.

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) realizou, de janeiro a novembro de 2023, 16 atendimentos ambulatoriais no Sistema Único de Saúde (SUS) por obesidade em crianças de 4 a 10 anos na região do ABC. Desses, 5 foram em Diadema, 5 em Mauá, 2 em São Bernardo, 2 em Rio Grande da Serra, 1 em São Caetano e 1 em Ribeirão Pires.

Como evitar a obesidade infantil

A pediatra e professora do Centro Universitário FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), Denise Schoeps, afirma que os pais ou responsáveis podem fazer uma série de coisas para evitar que a criança fique acima do peso, como mudar o estilo de vida e de alimentação com mais alimentos in natura e menos industrializados. “Os pais também podem mudar a própria dieta como estratégia para estimular a criança a seguir o exemplo dos pais, além de incentivar a prática de brincadeiras ao ar livre, a prática de esportes, andar de bicicleta, natação e também diminuir o tempo de telas”, afirma.

Sobre os maiores riscos que uma criança acima do peso pode ter, Denise destaca o desenvolvimento precoce do diabetes, dislipidemia (presença de níveis elevados de lipídios (gorduras) no sangue), e maior chance de contrair problemas cardiovasculares e ortopédicos. “A criança não necessariamente precisa perder peso, por estar em fase de crescimento, então com a mudança da alimentação e do estilo de vida, o peso irá se adequar. Crianças não devem fazer dietas restritivas, com retirada de alimentos importantes , apenas preferir a ingestão de verduras, legumes, carnes, cereais e leguminosas, assim como evitar refrigerantes, doces em excesso e alimentos ultraprocessados”, ressalta a médica.

Receba notícias do ABC diariamente em seu telefone.
Envie a mensagem “receber” via WhatsApp para o número 11 99927-5496.

Compartilhar nas redes