ABC - segunda-feira , 6 de maio de 2024

Distúrbios alimentares dispararam no pós-pandemia, afirma nutricionista

Depois de um longo período de quarentena, hábitos que as pessoas tinham antes da pandemia da covid-19 foram alterados, principalmente o alimentar, que gerou sequelas de distúrbios alimentares. Ao RDtv, Phillipe Rios, nutricionista da Clínica Anavoig, comenta sobre o impacto da pandemia nos hábitos alimentares e como o período influenciou no crescimento de pessoas com distúrbios alimentares.

Entre os mais presentes, os casos de anorexia, caracterizados pela obsessão pelo próprio peso e por aquilo que come, e de bulimia, que proporciona episódios recorrentes de consumo de grande quantidade de alimentos, cresceram no período pós-pandemia. “Muitas pessoas acabaram desenvolvendo algum distúrbio alimentar por conta da perda de pessoas próximas, buscando o conforto através da comida, além do estresse, ansiedade e depressão gerado pelo confinamento”, explica o nutricionista.

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Crianças na pré-adolescência são mais suscetíveis a desenvolverem algum distúrbio alimentar (Foto: Reprodução/RDtv)

Segundo o especialista, quem se enquadra no perfil que desenvolveu algum distúrbio alimentar são, principalmente, aquelas pessoas que se sujeitaram a promessas de emagrecimento em pouco tempo, divulgadas amplamente pela internet.

“Principalmente na pandemia, vimos na internet muitos vídeos de pessoas prometendo emagrecer tantos quilos em pouco tempo. Isso gerou uma frustração entre as pessoas que não conseguiram emagrecer”, diz. Com base em falsas receitas de emagrecimento, o metabolismo se desregula e ocasiona a compulsão alimentar e descontrole entre a fome e a saciedade.

Rios reforça a importância dos pais acompanharem a alimentação dos filhos, pois há casos de distúrbios alimentares que iniciam na pré-adolescência, em que crianças vítimas de bullying se submetem a comparação e almejam o “corpo perfeito”, deixando assim de se alimentar com frequência.

É nesse momento que entra o nutricionista. Rios conta que a partir do momento que o paciente entende que está com a alimentação desregulada, é a oportunidade para entender o que está acontecendo com o seu corpo. “Entra o tratamento multidisciplinar que envolve nutricionista, psicólogo e psiquiatra, para mostrar a pessoa que ela precisa mudar a alimentação dela imediatamente para evitar o desenvolvimento de algum distúrbio”, diz.

O nutricionista é o responsável em adequar o consumo que envolve proteínas, minerais e carboidratos, em torno de uma dieta específica para o paciente. Além disso, segundo o nutricionista, o profissional ensina o que cada alimento gera no corpo, para que o paciente entenda aquilo que está sendo consumido.

Segundo Rios, as pessoas estão voltando a ter hábitos alimentares saudáveis, acompanhadas da prática de atividade física. “Vejo que muitas pessoas estão voltando a se alimentar bem, incentivando a própria família a melhorar a alimentação. Isso é essencial para que os casos de distúrbios alimentares reduzam e melhore a qualidade de vida das pessoas”, reforça.

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