Uma obra na rua Atibaia, no bairro Valparaíso, em Santo André, tornou-se um verdadeiro criadouro para o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. Acontece que agentes da prefeitura começaram a mexer no local e, em razão do grande volume de água parada, a situação começou a preocupar moradores da região.
Um morador do bairro que prefere não ser identificado comenta que a obra acontece há mais de 20 anos, e desde sempre o problema existe. Em determinados momentos, o reclamante comenta que chegou a conversar com os trabalhadores locais, que também relataram preocupação com a situação. “Pedi até que fosse jogado um produto na piscina porque a situação ia piorar, mas aparentemente não fizeram nada”, comenta.
Ainda ao final do ano passado, o morador chegou a entrar em contato com a Prefeitura de Santo André, a fim de exigir que algo fosse feito para evitar a proliferação do mosquito da dengue, porém, o reclamante comenta que o órgão responsável pela fiscalização tratou a situação com descaso, não dando importância para a ocorrência.
“Cheguei a ligar no órgão responsável no ano passado, me encaminharam para outro órgão, em um endereço próximo, mas quando cheguei lá não me deram a mínima atenção e me jogaram para o telefone que havia ligado anteriormente”, comenta. Ainda de acordo com o reclamante, a Prefeitura de Santo André parece não se preocupar com a população e sequer fiscaliza o local.
O que diz a Prefeitura?
Em nota, a Prefeitura de Santo André informou que notificou o dono da construção e estabeleceu prazo de 24 horas para resolução do problema. “A equipe da Vigilância Sanitária esteve nesta terça-feira (23) no referido endereço, localizou os proprietários do imóvel e estabeleceu o prazo de 24 horas para haver uma manifestação, caso contrário serão tomadas medidas legais”, diz.
Em dezembro do ano passado, o RD trouxe matéria a respeito do aumento de casos de dengue no ABC, e Santo André foi a cidade que registrou o maior número de casos, foram 260 confirmações na ocasião.
Recomendações
É importante que as cidades sigam as diretrizes do plano nacional de controle do mosquito Aedes aegypti. Os agentes de controle de zoonoses realizam as atividades preconizadas no plano, desenvolvido pelo Ministério da Saúde.
- Avaliação de densidade larvária: levantamento da infestação do mosquito Aedes aegypti na cidade;
- Vistoria em Pontos Estratégicos;
- Visitas em Imóveis Especiais: locais com grande circulação de pessoas;
- Atividade casa a casa: visitas de rotina;
- Bloqueio de criadouro do mosquito
- Nebulização: realizada em casos de transmissão autóctone de dengue (transmissão dentro da cidade) e suspeitas das outras três doenças (desde que estejam dentro do período de viremia – período que o vírus circula pelo sangue da pessoa e pode infectar outros mosquitos);