Unifesp nega parceria com Diadema para construir novo observatório

Momento em que máquina derruba o prédio do observatório no dia 12. (Foto Reprodução)

Desde sexta-feira (12/01), quando a Prefeitura de Diadema demoliu o Observatório Astronômico, que a administração vem justificando o ato de duas maneiras, primeiro pelo estado de deterioração do prédio e segundo que havia uma parceria com a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) para cursos na área de astronomia e também a implantação de um novo observatório com melhores condições técnicas. Porém nesta terça-feira (16/01) a Unifesp negou que o acordo de cooperação técnica existente envolva a construção de um novo equipamento.

O prédio do Observatório Astronômico foi considerado um marco educacional e cultural da cidade, o local, além da cúpula com telescópio havia um centro cultural, palestras eram ministradas por especialistas na área e, em datas com eventos no espaço, eram realizadas noites de observação. O prédio ficou fechado por duas décadas sem atividades e acabou invadido e vandalizado.

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Na primeira nota divulgada no sábado após a demolição a prefeitura mencionou a Unifesp e uma parceria para a viabilização de um observatório mais adequado. Já na segunda-feira (15/01) após novo questionamento do RD, que indagou se essa parceria já estava firmada, a prefeitura falou no acordo de cooperação técnica que envolvia o ensino de astronomia para os estudantes da rede municipal e desta vez não mencionou a construção de novo observatório.

Agora a Unifesp nega categoricamente qualquer plano para construir um novo observatório. “Em 2023 foi firmado Acordo de Cooperação Técnica nº 74/2023 entre a Universidade Federal de São Paulo e a Secretaria Municipal de Educação de Diadema para a consolidação das atividades de ensino, pesquisa e extensão da Universidade, visando o desenvolvimento das ações conjuntas nas áreas de educação, cultura, saúde, meio ambiente, assistência social, educação alimentar e desenvolvimento regional. Ressaltamos que a Unifesp tem parcerias exitosas com a Prefeitura de Diadema, como por exemplo as ações na área de astronomia em curso. O objeto do Acordo de Cooperação Técnica prevê tão somente ações de ensino, pesquisa e extensão nas referidas áreas citadas. Portanto, não há relação com o observatório em questão.”, resumiu a instituição federal.

Na segunda-feira (15/01) o RD mostrou que a bancada de oposição ao prefeito José de Filippi Júnior (PT) já se organiza para apurar as circunstâncias da demolição e requerimentos de informação serão apresentados já na primeira sessão do ano, marcada para 1° de fevereiro, segundo garantiu o vereador Eduardo Minas (PROS). Nesta quarta-feira (17/01) o Conselho do Patrimônio Histórico de Diadema terá uma reunião para tratar do assunto. Representantes do conselho não foram consultados sobre a intenção de demolir o prédio público.

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