O Instituto ABC Dados divulgou na última quarta-feira (20/12) uma pesquisa sobre a opinião da população da região sobre o processo de privatização da Sabesp, aprovado pela Assembleia Legislativa e sancionada pelo governador Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) neste mês. 47% dos entrevistados se posicionaram contra a decisão, 38% são favoráveis e 15% não sabem ou não opinaram sobre o assunto.
Quando os dados são individualizados por município, a maioria das cidades apresentam uma amostra contra a privatização. Santo André conta com o maior percentual de pessoas contra o processo de desestatização, 57%, com 34% favoráveis e 9% que não sabem e não opinaram.
Na sequência aparecem Rio Grande da Serra (51% contra, 30% a favor e 19% não sabem), Diadema (47% contra, 36% a favor e 17% não sabem), Mauá (47% contra, 35% a favor e 18% não sabem). Em São Bernardo também há maioria contra a privatização (45% contra, 38% a favor e 17% contra), porém, com a margem de erro de 5% para mais ou para menos, existe um empate técnico na cidade.
Ribeirão Pires também conta com um empate técnico, porém, com um percentual maior para quem é a favor da desestatização. Foram 42% a favor, 41% contra e 17% que não souberam responder.
Única cidade da região que não conta com os serviços prestados pela Sabesp, São Caetano é a única com a maioria favorável ao processo de privatização, com um percentual acima da margem de erro. São 54% a favor, 39% contra e 7% que não souberam responder. A cidade conta com uma empresa própria, Saesa, mas já existe o debate para a venda desta empresa pública.
Foram entrevistadas 400 pessoas em cada cidade, aplicando o plano de amostragem levando em conta características como gênero, faixa etária e grau de instrução. Todas as entrevistas foram realizadas em 18 de dezembro.
Próximos passos
Apesar da aprovação na Assembleia Legislativa e a sanção por parte do governador, a privatização da Sabesp ainda não está garantida, pois precisa passar pela Câmara Municipal de São Paulo. O próprio grupo de trabalho formado dentro do Tribunal de Contas do Município de São Paulo (TCM-SP), considera que qualquer novo contrato precisa de autorização do Legislativo, algo que não é o entendimento do comando do Palácio dos Bandeirantes.
Porém, a Câmara paulistana só fará qualquer debate sobre o assunto na volta do recesso, a partir de fevereiro próximo.