No ABC apenas Diadema e Rio Grande têm maioria preta e parda, aponta Censo

Histórico do Censo aponta o crescimento da autodeclaração como preto ou pardo por parte da população (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou nesta sexta-feira (22/12), o levantamento sobre cor e raça no Censo 2022. Pela primeira vez na história da pesquisa a maioria da população brasileira se autodeclarou preta ou parda (55%). No Estado de São Paulo a maioria se declara branca (57,78%), assim como no ABC (58,27%). Porém, em Diadema e Rio Grande da Serra a maioria seguiu o cenário nacional.

Rio Grande da Serra conta com a maior representatividade proporcional de pretos e pardos na região, com 25.024 pessoas, o equivalente a 56,65% de toda a população. Em Diadema, este grupo étnico representa 53,9% da população, ou seja, 211.967 dos 393.237 moradores. Na sequência aparecem: Mauá (49,15%); Ribeirão Pires (42,16%); São Bernardo (39,41%); Santo André (33,44%) e São Caetano (18,52%).

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Na região como um todo os pretos e pardos representam 40,51% dos moradores do ABC, somando 1.092.341 pessoas. O percentual apresentado na soma das sete cidades é próximo do cenário de São Paulo. Em terras paulistas, o número de pretos e pardos autodeclarados é de 18.183.257, representando 40,94% da população.

Demais dados

A população branca forma a maioria na região com 58,27%, ou seja, 1.571.341 pessoas. A cidade com maior representatividade deste grupo é São Caetano com 73,35% e menor está em Rio Grande da Serra com 42,84%.

Entre os indígenas a maior população está em São Bernardo com 1.043 pessoas. Porém, a maior proporção está em Mauá com 0,16% de seus moradores. No ABC este grupo representa 0,1%, ou seja, 2.761 pessoas.

Sobre a população que se autodeclara amarela, o total nas sete cidades é de 29.888 pessoas, assim representando 1,11% dos moradores do ABC. A maior representatividade está em São Bernardo com 11.702 pessoas, ou seja, 1,44% do total.

Comentários

Segundo o IBGE, em informações divulgadas pela Agência Brasil, o Censo “utiliza o conceito de raça como categoria socialmente construída na interação e não como conceito biológico. Outra ressalva feita pelo estudo é que a população indígena no recenseamento é composta pelas pessoas que se declaram indígenas no quesito de cor ou raça – independentemente de viverem em terra indígena – e também pelas que se consideram indígenas, mesmo se identificando com outra das quatro cores. Por exemplo, uma pessoa parda que mora em um território indígena e se considera parte da comunidade”.

Idade (Brasil)

Os dados coletados pelos recenseadores revelam que entre 2010 e 2022, a presença de pardos cresceu em todos os grupos de idade pesquisados. Por outro lado, a população branca teve redução em todas as faixas etárias.

O IBGE apresenta ainda o índice de envelhecimento – número de pessoas com 60 anos ou mais em relação a um grupo de 100 pessoas de até 14 anos. Quanto maior o indicador, mais envelhecida é a população.

Enquanto no Brasil como um todo a relação é de 80 idosos para cada 100 jovens, a população amarela apresenta 256,5 para cada 100 jovens. Em seguida aparecem os pretos, com indicador de 108,3. Brancos (98), pardos (60,6) e indígenas (35,6) completam a sequência.

Sexo (Brasil)

O Censo 2022 faz também uma relação entre cor e sexo. O Brasil tem 94,2 homens para cada 100 mulheres. Entre a população preta, essa relação se inverte, sendo 103,9 homens para cada 100 mulheres.

Pardos (96,4) e indígenas (97,1) também apresentam razão de sexo acima da média nacional. Entre brancos e amarelos o indicador é de 89,9 e 89,2, respectivamente.

(Informações: IBGE e Agência Brasil)

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