Moedas: dólar fica misto, de olho em diferenciais de juros entre Fed e outros avançados

O dólar ficou sem direção única nesta sessão, na véspera da divulgação de dado de inflação dos EUA e a poucos dias das decisão de juros do Federal Reserve (Fed), do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês). A moeda americana subiu fortemente contra o iene, após dirigentes do Banco do Japão (BoJ, em inglês) indicarem que não há pressa para abandonar política monetária ultra-acomodatícia. Entre emergentes, o peso argentino caiu ante dólar no mercado paralelo da Argentina, no dia seguinte à posse de Javier Milei e após o governo limitar operações cambiais no oficial.

O índice DXY – que mede o dólar ante seis rivais fortes, ganhou 0,08%, a 104,095 pontos. No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 146,20 ienes.

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A Bloomberg reportou que as autoridades do BoJ veem pouca necessidade de se apressar para abandonar a taxa de juros negativa do Japão neste mês. As falas frearam expectativas de que o BC japonês estaria inclinado a deixar sua política menos relaxada e, por consequência, o rali do iene.

Enquanto isso, é amplamente esperado que o Fed deixe seus juros inalterados nesta semana e comece a cortá-los em maio, segundo monitoramento do CME Group. A expectativa é de que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos tenha ficado estável em novembro na comparação com outubro, de acordo com a mediana dos 28 analistas consultados pela reportagem. Caso a previsão se confirme, este será o segundo mês seguido de estabilidade no CPI americano.

No horário em questão euro caía a US$ 1,0765, diante de expectativas ainda mais dovish para a postura do Banco Central Europeu (BCE). O analista Craig Erlam, da Oanda, destaca que o mercado espera cinco cortes de juros no ano que vem, sendo o primeiro já em março. A libra, por sua vez, subia a US$ 1,2558. Para a Capital Economics, o BoE só iniciará o ciclo de relaxamento monetário mais para o fim de 2024, depois do Fed e o BCE.

Na Argentina, o BC decidiu limitar operações com câmbio no país, depois que Milei adiou para amanhã, 12, o anúncio de suas primeiras medidas econômicas. A medida, chamada de “feriado bancário virtual” pela imprensa local, condiciona as operações com moeda americana feitas no dia de hoje à aprovação da direção do banco central. Assim, o dólar blue saltou a 1.000 pesos argentinos no câmbio paralelo, conforme levantamento do Ámbito Financiero.

Na China, o yuan offshore (negociado em Hong Kong) atingiu mínimas em cerca de três semanas em relação ao dólar. O movimento reflete leituras mais fracas que o esperado de inflação ao consumidor e ao produtor no país.

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