A ACIGABC (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC) terá um novo presidente a partir de janeiro. Julio Diaz, da Suporte Engenharia e Construtora Ltda., foi eleito na última segunda-feira (27/11). Em entrevista ao RDtv, o atual líder da entidade e diretor técnico da MBigucci, Milton Bigucci Junior, falou sobre os desafios da próxima gestão no biênio 2024/2025.
Assim como em outras eleições, Diaz foi eleito por aclamação. O novo presidente da ACIGABC estava como 3º vice-presidente da entidade. Com a mudança, Bigucci Junior seguirá para o comando do Conselho Deliberativo, conforme a tradição, assim substituindo o seu antecessor na presidência, Marcus Santaguita, da Construtora Jacy.
Para o atual mandatário, seu sucessor terá dois grandes desafios pela frente, um será lutar para desburocratizar o movimento para a construção de novos empreendimentos na região. O segundo será evitar que o poder público queira influenciar no modelo dos apartamentos que serão construídos.

Junior apontou que alguns mandatários querem influenciar no tamanho dos quartos ou mesmo se aquele empreendimento terá ou não vaga de garagem. “O Estado pode influenciar no tamanho do recuo, nas questões de segurança, de ventilação, mas não no tamanho que eu vou oferecer. O quarto precisa ter espaço para uma cama de casal, não dá para fazer algo menor”, explica.
Outro ponto é acompanhar as movimentações dos municípios com a atualização do Plano Diretor. Alguns avanços foram sentidos pela entidade, como a inclusão do retrofit (processo de restauração de prédios para adequá-los para um novo objetivo) em Santo André.
“Eu cito sempre, eu gosto de falar que não dá para copiar nenhum Plano Diretor e nenhuma legislação, pois cada cidade é diferente uma da outra. Então, eu sempre falo, vamos pegar como exemplos cidades que se desenvolveram no setor imobiliário e estão ganhando com isso”, disse Milton Bigucci Junior ao citar Balneário Camboriú (SC) como um exemplo de tendência para o setor.
Outro ponto de preocupação do setor está na formação de mão de obra qualificada. A construção civil segue sendo uma das principais empregadoras da região, porém, o crescimento de novos empreendimentos não foi acompanhado pela chegada de mais pedreiros ou outros integrantes de uma equipe de construção. Milton relata a possibilidade de no futuro se pensar em um modelo de indústria da construção civil para tentar reduzir o problema.