As consequências da Covid-19 seguem atingindo o setor de Saúde. Em entrevista ao RDtv, a secretária de Saúde de São Caetano, Regina Maura Zetone, relatou um novo movimento de aumento na demanda de exames e consultas devido aos resultados descobertos nos mutirões realizados no município. Munícipes estão descobrindo tardiamente algumas doenças, o que está aumentando a necessidade de contratação de outros especialistas.
Ao ser questionada sobre as filas de exames e consultas, Regina Maura relatou que as filas existentes em decorrência do período de isolamento foram superadas, mas outras passaram a surgir. “Vencendo aquela demanda em cima do atendimento você tem um outro atendimento em uma especialidade e acaba existindo a necessidade de encaminhamento para outra especialidade. Acaba sendo solicitado mais exames do que você tem, fora aqueles que você estava esperando, e tem os novos que vão vindo”.
Regina já alerta para a necessidade de novos mutirões na cidade. Os pedidos de colonoscopia e endoscopia estão aumentando, inclusive entre pessoas mais novas, por causa do aumento do número de casos de câncer de intestino. Ainda há outros tipos de doenças oncológicas em que o número de diagnósticos aumentou como o câncer de mama, de pele, ou nas regiões da cabeça e pescoço.
A secretária aponta que o setor de Saúde segue “enxugando gelo”, pois existe uma necessidade grande de especialistas e a dificuldade de encontrá-los segue sendo grande, inclusive na iniciativa privada. Segundo Regina, para uma colonoscopia a fila chega a ser de quatro meses nos planos de saúde.

Outro ponto que também aumentou a demanda foi a maior procura pelo serviço público de saúde, pois muitas pessoas perderam os seus empregos ou parte de sua renda, e por consequência, também perderam o acesso a saúde privada. Mas mesmo aqueles que seguem com este acesso acabam procurando o poder público com a esperança de dar celeridade aos exames ou consultas que precisam fazer.
Um cenário parecido também aparece na saúde mental, principalmente na busca de alguns especialistas para a realização de alguns tratamentos. A cidade está apostando em um atendimento coletivo como forma de conseguir ajudar a mais pessoas ao mesmo tempo.
Vacina
Outro desafio que segue nas cidades é o da vacinação. Regina Maura aponta que houve uma mudança de cultura em relação as vacinas e as dificuldades seguem ocorrendo por causa das informações falsas que são divulgadas pelas redes sociais.
“Eu acho que a campanha antivacina foi muito competente. Infelizmente as pessoas acreditam em qualquer coisa que ouvem ou que leem na internet. Qualquer coisa que se fala e as pessoas ficaram realmente com um pé atrás em relação a vacina. Você não pode obrigar as pessoas a se vacinarem, mas a sempre alertamos para a importância que tem a vacina para a erradicação de tantas doenças que nós temos e o perigo de que doenças já extintas, como a poliomielite, voltem”, explica.