Exterior positivo após payroll mais fraco, Copom e tributária animam Ibovespa

O Ibovespa sobe acima de 2,00% e tem alta praticamente generalizada na carteira, em ajuste à valorização das bolsas americanas na quinta-feira, 2 – quando a B3 ficou fechada – e ainda seguindo a elevação desta manhã de sexta-feira, 3.

Além disso, a indicação de novos cortes de meio ponto porcentual na Selic à frente e de avanço da reforma tributária, cujo texto pode ser votado na semana que vem, reforçam o ambiente positivo.

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Ao mesmo tempo, as commodities para cima completam o quadro. Na quinta a B3 ficou fechada por conta do feriado de Finados, um dia após o Índice Bovespa fechar em alta de 1,69% (115.052,96 pontos).

Os investidores monitoram sinais da política monetária mundial e do Brasil, em meio a indicações de que os juros pararão de subir em importantes economias desenvolvidas, mas devendo ficar altos por mais tempo.

Aqui, na quarta-feira (dia 1º) à noite, o Comitê de Política Monetária (Copom) cortou a Selic em 0,50 ponto porcentual, para 12,25%. O Copom do Banco Central (BC) sugeriu, manutenção desse ritmo nas próximas reuniões, mas com o olhar no exterior e no fiscal interno desafiadores.

O Rabobank estima que o BC reduzirá a taxa para 11,75% até o fim de 2023 e para 9,25% até o término do ano que vem. “Mas agora acreditamos que há um viés de alta em nossa previsões para o final de 2024, com base no aumento dos riscos fiscais e externos”, adianta em relatório.

Já lá fora, ontem o Banco da Inglaterra (BoE) manteve os juros no nível atual e, há instantes, o payroll, relatório de emprego dos Estados Unidos mostrou a criação de 150 mil vagas em outubro. O resultado ficou aquém do esperado, que era uma geração de 183 mil postos. A taxa de desemprego fiou em 3,9%, ante estimativa de 3,8%, enquanto o salário médio por hora cresceu 0,21% em outubro ante setembro (previsão de 0,30%) e subiu 4,1% na comparação interanual (previsão de 4%).

Na quinta-feira, lembra Bruna Allemann, economista e head de investimentos internacionais da Nomos, os pedidos semanais de auxílio-desemprego ratificam a leitura do payroll e da decisão de política monetária dos EUA, na quarta-feira. Na ocasião, o Fed manteve os juros em 5,25% a 5,50% ao ano.

“O mercado gostou da decisão do Fed, embora tenha sido um pouco conservadora. Pode até ser que tenha aumento dos juros, mas o mercado entendeu que o Fed chegou ao topo, de que não subirá juros por enquanto”, avalia Bruna.

Na Ásia, as bolsas fecharam em alta generalizada, ainda sustentadas por esperanças de que os juros básicos dos EUA talvez não subam mais e após um ligeiro avanço em um indicador de atividade do setor de serviços chinês.

Ainda diante da valorização de 0,43% do minério de ferro em Dalian, na China, as ações da Vale e do segmento metálico avançam. Vale subia quase 1,50% perto de 10h50. Já Petrobras tinha elevação de 0,85% (PN) e de 0,55% (ON), apesar dor recuo do petróleo no exterior.

Além disso, o recuo dos juros futuros, seguindo o recuo dos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA, estimula alta de ações ligadas ao ciclo econômico. Algumas varejistas ocupavam o grupo das oito maiores elevações, caso de Casas Bahia, que subia quase 11%, seguida por Grupo Soma, com avanço de 8,69%. Magazine Luiza avançava 8,27%.

Além do corte da Selic, Bruna, da Nomos, ressalta ainda que há avanço da pauta econômica. “A Bolsa está andando e o governo tem acelerado algumas medidas que poderão aumentar a arrecadação, mas sem impactar a inflação”, diz.

Apesar dos ruídos provocados em torno da meta fiscal recentemente, a economista e head de investimentos internacionais da Nomos pondera que o assunto pode não ter mais tanta influência desfavorável no mercado. “Já não estava tão otimista. A fala do presidente Lula de que será difícil zerar a meta fiscal em 2024 só reiterou esse sentimento do mercado. O pessoal segue otimista com a Bolsa”, diz Bruna.

Às 10h55, o Ibovespa subia 2,58%, aos 118.026,45 pontos, na máxima, ante abertura aos 115.062,37 pontos, em elevação de 0,01%.

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