Moradores da rua Cláudio Mauricio Maciotta, no Centro, em Ribeirão Pires, estão insatisfeitos com uma obra que consiste na renovação do pavimento asfáltico. Isso porque a remoção dos paralelepípedos e pedras do endereço afetam, diretamente, o escoamento de água em dias de chuvas mais fortes, e a rua possui apenas duas bocas de lobo para dar conta do aguaceiro.
Segundo a Prefeitura, a obra visa a “melhoria e modernização do viário urbano municipal”, e ainda de acordo com a administração municipal, a remoção dos paralelepípedos da via permitirá o reaproveitamento deste pavimento em outras vias do município, mas há quem não tenha gostado da ação.
Bruna Martines, moradora do endereço, comenta que os moradores não concordam com a revitalização e que a realidade é outra. “As pedras e paralelepípedos que estão na rua são muito bons, não nos causa problema. Agora, com essa obra que desnivelou a sarjeta, vamos ficar reféns da água entrando em nossas casas nos dias de chuva forte”, reclama.
A rua em questão possui um nível mais alto em relação a calçada, o que em tese pode favorecer que a água entrar nas casas. Mas, segundo Fátima Tostes, engenheira civil e professora do curso de Engenharia Civil da Fundação Santo André (FSA), desde que no endereço haja escoamento suficiente para dar conta da água da chuva, não há motivo para alarde. “Se houver bocas de lobo suficientes, trocar o pavimento de blocos não será motivo para acúmulo de água, uma vez que o asfalto é mais liso que os blocos e permite vazão mais rápida”, analisa.
Ainda assim, para o morador Alexandre Toledo, que se mudou recentemente para a cidade, a medida mais prejudica do que ajuda os moradores. Ele comenta, ainda, que sequer foram avisados sobre a obra que aconteceria no endereço. “De um dia para o outro iniciaram as obras e nem sequer avisaram os moradores que iam revitalizar a via. Isso é ruim principalmente para quem vive de aluguel, como eu, e que lida com prejuízos que esse tipo de obra pode causar”, afirma.
Uma outra moradora, que prefere não ser identificada, acredita que a obra ocorra em razão da instalação de uma escola endereço. “Antigamente esses paralelepípedos e pedras não eram uma preocupação da Prefeitura. Acontece que desde que a escola infantil se instalou na rua e a demanda de carros cresceu, quiseram mexer no que estava bom sem sequer consultar a opinião dos moradores que estão na rua há anos”, diz.
Questionada sobre a notificação aos moradores locais, a Prefeitura de Ribeirão Pires não respondeu até o fechamento da reportagem.