Uma equipe de vinte arquitetos e urbanistas vai desenvolver projetos de intervenção nas moradias dos núcleos habitacionais de Diadema para melhorar as condições e a qualidade de vida da população. O convênio foi assinado entre o município e a a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade São Paulo (USP).
Os profissionais fazem residência acadêmica e se especializam em habitação de interesse social, e os moradores ganham uma casa com melhor acessibilidade, ventilação e iluminação.
Para João Whitaker, professor e diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, a assistência técnica às habitações sociais deveria ser um dos principais motivos da profissão. “Arquitetura não é só fazer casas bonitas; e precisamos ter gestores que entendam a importância de o arquiteto ir à casa das famílias. Não é um trabalho tão vistoso quanto o de construir casas, mas tem um efeito integrador quanto à qualidade de vida”, afirmou.
Mário Reali, ex-prefeito da cidade e atualmente secretário do Consórcio Intermunicipal do ABCD, comentou que um dos desafios do projeto é o grande adensamento populacional dos núcleos. “Muitas vezes a moradia ocupa a área total do lote, daí não tem ventilação ou iluminação, a parede fica úmida e começam as doenças respiratórias. O projeto está muito associado à saúde, pois vai intervir para abrir janelas, iluminar, tornar o acesso mais seguro, dar autonomia entre uma casa e outra”, comentou.
Um dos participantes do projeto é o arquiteto e urbanista Rodolfo Barbosa Ribeiro, que já trabalhou com comunidades de baixa renda prestando esse tipo de orientação e serviço. “Para mim é a oportunidade de continuar trabalhando em assessoria técnica para melhorias habitacionais. Normalmente, o arquiteto é caro para a população de baixa renda, que fica sem um profissional para pensar nas melhorias de sua casa”, explicou.