O Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul realizou neste domingo (22/10) assembleia extraordinária para debater as ações que serão realizadas após as demissões de parte dos trabalhadores da GM (General Motors) por telegrama no último sábado (21). A greve foi previamente aprovada e nova assembleia, nesta segunda-feira (23/10), vai ratificar a decisão.
A direção da entidade sindical liderada por Aparecido Inácio da Silva, o Cidão do Sindicato, informou os trabalhadores sobre os riscos de aprovar uma greve durante um final de semana. Mesmo assim, a paralização foi aprovada com facilidade.
“Podemos correr o risco de ter a greve (considerada) abusiva? Podemos, mas não há outra alternativa para nós nesse momento. Não resta outra alternativa aos trabalhadores a não ser manter a nossa demonstração de força, demonstração de organização, porque ela está brincando com os trabalhadores. Eu entendo que o que ela fez foi uma brincadeira com os trabalhadores e o trabalhador tem que que ser respeitado”, disse Cidão durante a reunião.
Quando Cidão fala sobre “ela” se refere à direção de Relações Sindicais da GM. O sindicalista afirmou que foi surpreendido com uma ligação que o informou sobre as demissões por telegrama. Além disso, afirmou que houve a apresentação de um pacote de PDV (Programa de Demissão Voluntária) sem a possibilidade de negociação. Quem aceitar esse sistema teria de se comprometer em não processar a empresa futuramente, o que irritou ainda mais o sindicalista.
A próxima assembleia ocorrerá em frente ao Portão 4 da GM, a partir das 5h. O Sindicato vai reforçar todas as demandas já apresentadas durante a assembleia deste domingo. Além disso, os telegramas que foram enviados para parte dos trabalhadores serão “queimados em uma fogueira” que será acesa no local.
Outra ação aprovada é a busca de uma medida cautelar que possa impedir as demissões. Cidão do Sindicato deixou claro que não haverá outro caminho nesta negociação que não seja a reversão da decisão e a manutenção de todos os empregos.
A montadora, em nota, alega que as demissões ocorreram após uma série de tentativas de outros modelos como o layoff, férias coletivas e dias de folga. Segundo a GM, o PDV foi descartado pelos trabalhadores.