Moradores da região ficam dias sem água e Sabesp minimiza problema

Moradores de condomínio em Diadema sobem e descem escadas com baldes para tirar água das torneiras do térreo porque não há pressão para encher as caixas. (Foto: Rede Social)

Altas temperaturas misturadas a já deficiente rede de distribuição de água tem feito bairros de algumas cidades da região, que já sofriam com o abastecimento, ficarem vários dias sem água. Há diversos casos de moradores da região relatando falta de água por dias, o caso que mais chama atenção é o do condomínio Santa Vitória, no bairro Serraria, em Diadema, que há 20 dias está com as caixas de água secas.

O síndico do condomínio, Clayton Marinho, disse que há 20 dias os dois prédios que administra, onde vivem 2,5 mil pessoas estão sem água. Ele conta que o abastecimento até chega nas torneiras do andar térreo, mas não há pressão suficiente para encher as caixas de água. “Só tinha água nas torneiras da rua, mas sem força para subir, aí os moradores tem que descer com baldes e depois subir de escada”, explica.

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Curiosamente o condomínio Santa Vitória fica a poucos metros do reservatório Parque Real da Sabesp, que abastece parte da cidade. Segundo o morador, as pessoas fazem fila de manhã com baldes na entrada do condomínio. “A água chega às 8h mais ou menos, sem força para encher as caixas e os moradores descem de balde na mão, meio dia já não tem mais água. Sempre que a gente liga eles dizem que não tem pressão suficiente, ou alegam manutenção. Eu moro aqui há 23 anos e isso nunca aconteceu por tanto tempo assim”, reclama.

Após conversar com a reportagem, na quarta-feira (27/09) o síndico disse que água voltou a ter pressão e à noite técnicos da Sabesp estiveram no local. O RD voltou a falar com Marinho nesta quinta-feira (28/09) e ele confirmou a visita e que a água tinha enchido as caixas, mas somente à noite do dia anterior, diferente do que diz a companhia de água, em nota. “A Companhia ressalta que o abastecimento na avenida Afonso Monteiro da Cruz, 1.778 e 1.830, no bairro Serraria, Diadema, está normalizado desde a manhã desta quarta-feira (27). Os senhores Cleyton e Deivid acompanharam os trabalhos nos dois blocos mencionados”, disse a Sabesp.

O mesmo problema de falta de pressão na rede de água é histórico no bairro Baeta Neves, em São Bernardo. Com a interrupção do fornecimento em determinados horários, quando a água volta, não chega com força suficiente para encher as caixas de água de parte dos moradores da rua Dr Amâncio de Carvalho. Ricardo de Oliveira sempre morou no bairro e conta que o problema é crônico. “À noite eles fecham a água ás 18hs e só volta as 6h, quando volta o ar gira o hidrômetro e a nossa conta vem um absurdo. Tem vezes que a gente fica dois dias sem água aqui. A gente liga para reclamar e a desculpa é que estão sempre em manutenção”, relata o morador.

Informada sobre a situação no Baeta Neves a Sabesp enviou uma equipe ao bairro na quarta-feira (27/09) à noite, momento em que não faltava água. A justificativa da empresa estatal é diferente do que conta o morador. “A Sabesp informa que enviou uma equipe técnica até a residência do senhor Ricardo de Oliveira, no bairro Baeta Neves, para verificar o problema. O cliente informou que não fez nenhuma reclamação sobre falta de água”. O morador nega, diz que sempre faz reclamações, que o problema é muito antigo e que de agora em diante vai começar a juntar os números de protocolos para mostrar que a situação é recorrente.

A Sabesp acrescenta que o calor dos últimos dias ocasionou aumento do consumo o que trouxe problemas pontuais, ignorando situações crônicas como a do Baeta Neves ou a falta de água por 20 dias no condomínio de Diadema. “A Sabesp reforça que os problemas de abastecimentos mencionados foram pontuais, devido ao aumento do consumo de água nos últimos dias”, aponta a companhia.

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