O Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André, realiza nesta quarta-feira (27/09), o 1º Simpósio do Serviço Social com o tema “Vulnerabilidade em Saúde da População LGBTQIAPN+”. O encontro visa debater os principais desafios e treinar os servidores das áreas da saúde e serviço social para o melhor atendimento para este público. O equipamento estadual é um dos poucos que realiza a cirurgia de redesignação sexual para mulheres trans.
O evento contará com três palestras. Fabiola Santos Lopes vai falar sobre Terminologias no contexto LGBTQIAPN+ e processo transexualizador no SUS. Dra. Jaqueline Pereira da Silva falará sobre Informação e diagnóstico na prevenção de IST da população LGBTQIAPN+. E Liliane Oliveira Caetano debaterá sobre os Desafios no acesso à saúde e cidadania da população LGBTQIAPN+.
O diretor-geral do Hospital, Adilson Cavalcante, em entrevista ao RDtv, ressaltou que há uma preocupação do equipamento em treinar os seus funcionários para o acolhimento a paciente e levando em conta as características desta comunidade, suas dificuldades, vulnerabilidades e os preconceitos sofridos.
“Conversando com essas nossas pacientes percebemos que o público da área da saúde precisa ser mais bem capacitado no acolhimento dessas pessoas, é aí que surgiu a ideia deste simpósio que será realizado no Hospital Estadual Mário Covas”, explica Adilson.
Na mesma entrevista a supervisora administrativa do Serviço social do Hospital, Viviane Adorno, apontou que o processo deve ser encarado por toda a rede como uma forma de melhorar este atendimento. O próprio simpósio não será exclusivo dos servidores do equipamento estadual, que cuida exclusivamente de atendimento de alta complexidade, mas também para quem atua na porta de entrada da saúde como quem trabalha nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs).
“Eu acho que é uma oportunidade de aproximação, porque temos que lembrar que a população trans é usuária dos serviços de saúde. Então desde a atenção primária até a alta complexidade, que é quando efetivamente for o desejo da mulher trans que atendemos aqui, é um desafio para a rede inteira. A nossa ideia é convidar essa rede, tanto a rede de saúde quanto a rede assistência, para estar conosco nesse dia”, completou Viviane.
Cirurgias
O Hospital Estadual Mário Covas é um dos poucos lugares no Estado que realiza a cirurgia de redesignação sexual para mulheres trans. Nos primeiros sete meses deste ano foram realizadas 14 intervenções. O processo em si dura cerca de dois anos e passa por diversas etapas até que a paciente esteja apta para a realização da intervenção que é irreversível.