Com a propagação de fake news nos últimos anos no Brasil, uma série de produtos registraram queda no consumo, entre eles está o leite de vaca. Considerado grande fonte de proteínas, vitaminas e, especialmente, como o principal alimento-fonte de cálcio, o leite é alimento essencial na composição de uma alimentação balanceada, mas com a quantidade de notícias falsas, notou-se queda no consumo deste produto, o que tem aumentado a preocupação de especialistas em nutrição.
Em entrevista ao RDtv, a nutricionista e presidente da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN), Sueli Longo, conta que com o intuito de esclarecer informações falsas que circulam na imprensa e redes sociais, a Associação Brasileira da Indústria de Lácteos Longa Vida (ABLV), solicitou à Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) e à SBAN um documento científico com explicações sobre o assunto.
“Esse documento pretende explicar, com embasamento científico, porque certas informações sobre o leite de vaca e o consumo do mesmo são falsas. Queremos que as pessoas voltem a consumir o leite normalmente, já que trata-se de um produto que oferece uma grande quantidade de nutrientes”, destaca Sueli, que tem consultório em São Caetano.

Segundo o Ministério da Saúde, o leite materno, que também trata-se de uma fonte rica em benefícios para os bebês, deve ser oferecido de forma exclusiva para os bebês até o sexto mês de vida e, após esta fase, complementado até pelo menos os dois anos de idade. A partir daí, o leite de vaca pode fazer parte da rotina alimentar de todos os indivíduos.
“Um copo de leite de 200 ml contém, aproximadamente, 244 mg de cálcio e 6,4 g de proteína, o que representa uma oferta maior que 10% da Recomendação de Ingestão Diária (RDA) dos dois nutrientes para todas as faixas etárias em uma única porção do alimento”, explica.
Sueli expõe, ainda, a grande quantidade de cálcio no leite e o que a falta deste nutriente pode causar, principalmente aos ossos. “O cálcio é um dos principais nutrientes que formam a massa óssea e, sabemos que a formação desta massa é extremamente importante e acontece na infância e adolescência. Caso essa formação não seja bem sucedida nesta fase da vida, a chance de adquirir problemas ósseos na fase adulta ou depois dos 60 anos, é muito maior”, salienta.
Entre os principais mitos e mentiras relacionados ao consumo de leite, Sueli destaca o processo inflamatório. “Diversos trabalhos científicos indicam que a ingestão de laticínios pode melhorar biomarcadores inflamatórios em adultos. O consumo de leite só se associa a processos inflamatórios em pessoas diagnosticadas com alergia à proteína do leite de vaca e, nesses casos, o consumo de qualquer quantidade de leite ou de derivados deve ser excluído”, finaliza a presidente da SBAN.