O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sindserv) de Santo André inicia nesta segunda-feira (11/9) o processo de votação para a escolha da diretoria que vai assumir os trabalhos pelos próximos três anos. Serão quatro dias de votação e duas chapas buscam convencer os cerca de 5,5 mil servidores votantes. O pleito é marcado pela diferença interna sobre como lutar pelos direitos dos trabalhadores públicos e ao mesmo tempo dar voz às minorias.
De um lado está a Chapa 1: ‘Resistência, Honestidade e Luta – Vem com a gente’, que representa a atual direção do Sindicato. Do outro lado a Chapa 2 – ‘Sindicato é para Lutar e Conquistar’, que representa o bloco de oposição.
Ao RDtv, representantes dos dois lados apresentaram suas propostas. Enquanto um lado quer a manutenção da atual estratégia de negociações, o outro quer uma mudança no modelo de gestão por considerar que é necessário aumentar a democracia interna.
Representantes da Chapa 1, Durval Ludovico da Silva e Mirvane Dias apostam no histórico dos últimos seis anos, período em que lidaram com a intervenção na entidade sindical e também com os debates internos que chegaram a gerar uma crise no Sindserv. Além de manter a luta por mais reclassificações e ações voltadas para problemas recorrentes, como as denúncias dos mais diversos tipos de assédio, a chapa governista quer emplacar um plano de carreira para todos os servidores e criação de secretarias para debater pautas das mulheres, dos negros e da comunidade LGBTQIAP+.
“A chapa 1, que concorre à reeleição, tem um programa voltado para o trabalhador, para que o trabalhador de Santo André use o sindicato e não seja usado por outras ideologias que não sejam o trabalho público municipal. Essa é a principal premissa da chapa 1”, disse Durval.
Representates da Chapa 2, Aylton Affonso e Márcia Furquim defendem a luta por salários e direitos com a volta de uma data base para a categoria, a implantação do estatuto para os profissionais da Educação e a revisão do estatuto da Guarda Civil Municipal (GCM). Também defendem o combate a privatizações e terceirizações, uma formação política e cultural interna, a retomada do Congresso da categoria, o combate ao assédio e a ampliação da participação dos trabalhadores nas decisões da entidade.
“O que defendemos é ser um sindicato de luta, um sindicato que organiza pela base, um sindicato democrático. Nós sentimos falta nessas duas últimas gestões, em particular, de democracia no sindicato. O sindicato se encastelou em um pequeno grupo, que inclusive afasta a participação da categoria em decisões importantes”, disse Aylton.
Votação
A votação vai de 11 a 14 de setembro. Serão disponibilizadas 30 urnas para a votação, sendo sete em locais fixos e outras 23 que serão levadas para 271 locais em todo o município. Para a votação ser validada ainda no primeiro escrutínio será necessário o quórum de 50% dos aptos a votar.
Caso seja necessária uma segunda votação, as datas estabelecidas são de 25, 26 e 27 de setembro, com o quórum de 35%. Em caso de um terceiro escrutínio, a votação ocorrerá entre 9 e 11 de outubro, com o quórum mínimo de 30%.