EUA incluem em ajuda à Ucrânia munição de urânio empobrecido

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, liberou nesta quarta-feira, 6, mais US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5 bilhões) em ajuda à Ucrânia durante uma visita surpresa a Kiev. O novo pacote contém US$ 175 milhões em armas, incluindo munições de urânio empobrecido, que serão enviadas pelos americanos pela primeira vez. “Continuamos ao lado dos ucranianos”, disse Blinken.

Especialistas debatem se esse tipo de material deveria ser proibido pela lei internacional, uma vez que o urânio se pulveriza na explosão, formando nuvens radioativas que contaminam áreas extensas. A ingestão ou inalação do pó de urânio apresenta riscos graves para a saúde humana, incluindo cânceres e defeitos congênitos.

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As munições que serão enviadas pelos EUA são projeteis de 120 mm para os 31 tanques M1 Abrams, de fabricação americana. Segundo o Pentágono, este tipo de armamento perfurante pode ajudar os ucranianos a destruir os blindados russos. O anúncio de ontem é o 46.º pacote de ajuda americana à Ucrânia. A conta total chegou a US$ 43,2 bilhões desde que a Rússia iniciou a guerra, em fevereiro de 2022.

Estratégia

A autorização para o envio de munição de urânio empobrecido à Ucrânia segue a mesma lógica da decisão de liberar as bombas de fragmentação, tomada pelo presidente Joe Biden em julho. Essas munições espalham pequenos explosivos projetados para destruir blindados em campo aberto. Muitos, no entanto, falham e são detonados anos depois, matando principalmente crianças que os encontram por acaso.

Durante sua visita surpresa a Kiev, Blinken se reuniu como presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, com o premiê, Denis Shmihal, e com o chanceler, Dmitro Kuleba. O secretário de Estado – que equivale ao cargo de chefe da diplomacia americana – almoçou com Kuleba em uma franquia do McDonald’s.

Segundo a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, o novo pacote militar inclui também sistemas de lançamento de mísseis Himars, armas antitanque Javelin, além de outros armamentos.

Ontem, enquanto Blinken e Kuleba saboreavam um duplo cheeseburger com fritas no McDonald’s, 17 pessoas morreram em um ataque russo a um mercado em Kostantinovka, cidade do leste da Ucrânia – entre as vítimas está uma criança.

Destruição

Imagens das câmeras de segurança mostram uma rua comercial tranquila quando, de repente, se ouve o estrondo de um projétil e uma explosão muito forte. Outro vídeo mostra edifícios em chamas. Cerca de 20 lojas, as linhas de energia e um prédio administrativo foram danificados.

Logo após o ataque, era possível ver os corpos cobertos no chão e equipes de emergência apagando os incêndios. “Aqueles que conhecem este lugar sabem muito bem que se trata de uma área civil”, disse Zelenski. “Não há unidades militares por perto. O bombardeio foi deliberado.”

Além do mercado de Kostantinovka, a guerra chegou ontem perigosamente à Romênia, membro da Otan. O presidente romeno, Klaus Iohannis, pediu a uma investigação urgente sobre os destroços de drones descobertos na cidade de Plauru, perto da fronteira com a Ucrânia.

“Se confirmarmos que estes elementos pertenciam a um drone russo, a situação seria completamente inadmissível e uma grave violação da soberania e integridade territorial da Romênia, que é membro da Otan”, afirmou Iohannis. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

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