ABC - segunda-feira , 29 de abril de 2024

Secretário da ONU envia proposta à Rússia para retomada de transporte de grãos e fertilizantes

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Antonio Guterres, enviou para o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, uma nova proposta para permitir o transporte de grãos e fertilizantes para os mercados globais. A ideia seria uma forma de reviver o acordo que permitiu à Ucrânia exportar seus grãos por um corredor pelo Mar Negro em um momento de crescente fome global.

Guterres informo que havia escrito uma carta para Lavrov com “um conjunto de propostas que permitem criar condições para a renovação da iniciativa do Mar Negro”.

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Ele não deu detalhes, mas destacou que teria “soluções concretas para as preocupações sobre o acesso eficaz, ou mais eficaz, de alimentos e fertilizantes russos aos mercados globais a preços adequados”.

O secretário destacou que uma iniciativa renovada do Mar Negro deve ser “estável” e não deve “mudar de crise para crise, de suspensão para suspensão”. O acordo original de 120 dias foi prorrogado uma vez por 120 dias e duas vezes por 60 dias.

Do outro lado, em coletiva após se reunir com o ministro das Relações Exteriores turco, Hakan Fidan, Lavrov disse que havia apresentado uma lista de ações que o Ocidente teria que tomar para aceitar a retomada dos envios ucranianos, também sem especificar as propostas. “Assim que as negociações se transformarem em decisões concretas, estaremos prontos para retomar a parte ucraniana do pacote de grãos no mesmo dia”, afirmou.

Sobre o encontro, o ministro turco disse aos repórteres que a reunião com Lavrov em Moscou foi uma “preparação” para o próximo encontro entre o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, e o presidente russo, Vladimir Putin, na cidade russa de Sochi, no Mar Negro. Ele descreveu a retomada do acordo de grãos como “um trabalho bastante complicado e árduo” e que os presidentes possivelmente devem ter “uma visão mais estratégica e política” em sua reunião.

A Rússia suspendeu a iniciativa de grãos do Mar Negro em julho, alegando que o acordo com a Ucrânia beneficiava principalmente países mais ricos e que os russos ainda enfrentavam dificuldades para obter financiamento, seguro e transporte para seus envios de fertilizantes e grãos.

Dados do Centro de Coordenação Conjunta em Istambul, que organizou os envios da Ucrânia, mostram que 57% dos grãos ucranianos foram para países em desenvolvimento, com a China sendo o principal destino, recebendo quase um quarto dos alimentos.

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