
30 de agosto foi escolhido como o Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla, doença que acomete cerca de 40 mil brasileiros, segundo o Ministério da Saúde. No ABC, existem vários locais onde é feito o tratamento. Uma das referências é o Ambulatório de Distúrbios do Movimento, no Centro Universitário FMABC, que atende cerca de 200 pacientes da região.
Recentemente foi criada uma associação de pacientes que sofrem com a doença, a Rapem (Rede de Apoio aos Pacientes com Esclerose Múltipla). A organização é formada por pessoas portadoras de esclerose que visam compartilhar e auxiliar os pacientes e familiares que habitam a região do ABC.
A esclerose múltipla é uma doença autoimune e que não possui cura, mas que pode ser controlada com o tratamento adequado. Caracteriza-se pela inflamação da bainha de mielina, membrana responsável por revestir os neurônios do sistema nervoso central. A ciência ainda não descobriu as causas para a doença, mas já identificou alguns padrões, como a maior incidência em mulheres, pessoas que vivem em locais com baixa exposição ao sol e predisposição genética.
Diagnóstico
O diagnóstico é difícil porque os sintomas de esclerose múltipla podem tanto ser discretos e passarem despercebidos como também, em alguns casos, serem parecidos com o de outras doenças como AVC (Acidente Vascular Cerebral). Entre os sintomas mais comuns estão formigamentos no corpo, perda da força muscular, perda súbita da visão, dificuldade para falar e andar, desequilíbrio e perda de coordenação.
Segundo Margarete de Jesus Carvalho, médica neurologista e coordenadora do Ambulatório de Distúrbios do Movimento da FMABC, é fundamental o diagnóstico precoce, ou seja, feito ainda nos estágios iniciais.
A médica explica que o apoio adequado ao paciente com esclerose múltipla deve ser realizado de maneira multidisciplinar, incluindo não só a parte medicamentosa, mas acompanhamento com fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicóloga, psiquiatra, por vezes urologista, otorrinolaringologista, ginecologista, de acordo com a necessidade do paciente a fim de proporcionar uma melhor qualidade de vida. “É um esforço conjunto”, explica.
A profissional também ressalta a importância da data para conscientizar a população sobre a doença, que ainda não é de total conhecimento do público. “Os pacientes recebem o diagnóstico e muitas vezes nunca ouviram falar da esclerose múltipla. Quando ouvem a notícia ficam sem chão, pelo medo do desconhecido. Mas é importante que saibam que há tratamento” conclui.